Seminário avalia ações de recuperação da Mata Atlântica no Leste do Estado

Notícia

Qui, 29 mai 2008


O Seminário, que teve início no dia 27 no município de Aimorés, reuniu representantes de todos os envolvidos na execução das ações de recuperação do solo, nascentes e florestas do bioma Mata Atlântica. As atividades do Projeto IEF/ITTO, iniciadas em 2004, são desenvolvidas em oito municípios. O projeto tem ainda a participação do Instituto Terra, organização não governamental fundada pelo fotógrafo Sebastião Salgado por e Lélia Deluiz Wanick Salgado.

Na manhã de quarta, os produtores conheceram a propriedade de Elias Cremasco, na localidade de Alto Capim, município de Aimorés, que realizou o reflorestamento de cerca de quatro hectares para proteção de uma nascente. Cremasco plantou cerca de 3,2 mil mudas de espécies nativas que já estão em desenvolvimento e, segundo o produtor rural, já provocam mudanças positivas na temperatura da região. “Se a mata não fosse recuperada e preservada, a região ficaria tão quente que seria impossível o trabalho”, afirma.

Cremasco informa que adquiriu a propriedade há cinco anos e aderiu ao projeto em outubro de 2007. Ele observa que desde que começou a trabalhar no Alto Capim, vem adotando uma série de medidas para proteger a nascente. “Construímos aceiros em toda a área e desde que me mudei não aconteceram incêndios”, afirma. O produtor observa que o sucesso do trabalho de proteção da área já mobiliza alguns dos seus vizinhos e também produtores de outros municípios. “Meus irmãos, que também trabalham no campo, já começaram a executar ações parecidas em suas terras”, observa.

O viveiro de produção de mudas localizado na propriedade de Edicarmo Cândido também foi visitado pelos produtores que puderam observar o sistema adotado no local. Com capacidade para produção de 30 mil mudas por ano, o viveiro é o único comunitário localizado no município de Aimorés. A grande demanda pelas mudas, que são utilizadas nos projetos de recuperação florestal do município, levou o produtor a analisar a possibilidade de manter o viveiro em atividade após o encerramento das ações. “É mais uma alternativa para a propriedade onde já criamos gado e plantamos eucalipto, hortaliças e café”, afirma Cândido.

Desertificação

A execução de projetos de recuperação florestal como o IEF/ITTO faz parte dos esforços que o Instituto vem executando para conter a desertificação na região do Médio Rio Doce. Segundo o engenheiro agrônomo da diretoria de Desenvolvimento e Conservação Florestal do IEF, José do Carmo Neves, o desmatamento provoca erosão, diminui a qualidade e oferta de água, provoca poluição e aumenta a miséria. “Conter o processo de desertificação é responsabilidade de todos e ainda há tempo para fazê-lo”, afirma.

Neves observa que produtores rurais e técnicos de instituições como o IEF precisam se unir para conseguir sucesso na recuperação das áreas degradadas. “O trabalho exige confiança, respeito e diálogo entre todos que têm de ser ver como parceiros”, afirma. Para ele, somente essa união, que deve incluir ainda toda a comunidade local, permitirá a execução de um trabalho bem feito e o uso sustentável dos recursos naturais. “Manter a vitalidade do meio ambiente significa aumento da produção das fazendas, da qualidade de vida dos produtores rurais e o fim do êxodo rural”, observa.

As ações desenvolvidas pelo Projeto IEF/ITTO serão continuadas e ampliadas para outros municípios. O Projeto Estruturador Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica, desenvolvido pelo Governo do Estado e executado pelo IEF, destinou novos recursos para a recuperação da Mata Atlântica, bioma principal da região do Médio Rio Doce. A previsão é de que sejam investidos cerca de R$ 6 milhões em ações de recuperação do bioma em 2008.

 

 

Data: 29/05/08
Fonte: Ascom / Sisema