Fotos: Acervo Trilha Transespinhaço
Trabalhos em campo buscam identificar atrativos naturais, possibilidades de hospedagem, além de aspectos de fauna e flora
Servidores e voluntários do Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, iniciam, nesta terça-feira (17), uma expedição para definir o traçado da Trilha Transespinhaço que cruza o interior da unidade de conservação. O trabalho é parte de um projeto que busca identificar e georreferenciar cerca de 1,5 mil quilômetros da trilha, que tem início na Região Sul de Belo Horizonte até a Região de Grão Mogol, no Norte de Minas.
Além do Parque Estadual do Itacolomi, outras 19 unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) também trabalham para definir os trechos da Transespinhaço que cortam as áreas protegidas. Ao final das atividades, todo o percurso da trilha será georreferenciado e disponibilizado à população.
Durante a expedição, que será realizada no Parque Estadual do Itacolomi, servidores e voluntários, além de identificarem o traçado da trilha, também verificarão disponibilidade hídrica da região, presença de fauna silvestre, características de flora, atrativos naturais e possibilidades de hospedagem. Os trabalhos serão realizados em uma área total de 17km dentro do parque, que vai desde as proximidades do Pico do Itacolomi até Mariana.
SINALIZAÇÃO
De acordo com a gerente do parque, Maria Lúcia Coimbra Cristo, após a expedição, o próximo passo será a implantação de sinalização no percurso da Transespinhaço dentro do parque. “Vamos fazer os pontos de marcação de forma a causar pouco impacto visual na área definida, adotando um modelo de sinalização rústica em superfícies de pedras e madeiras estrategicamente posicionadas ao longo do percurso”, explica.
Maria Lúcia destaca que, após a definição da trilha dentro do Parque Estadual do Itacolomi, o trecho será inserido dentro no plano de manejo da unidade de conservação para os devidos trabalhos de preservação. Integrante da coordenação do projeto Trilha Transespinhaço, Rafael Teixeira, participará da expedição na próxima terça-feira.
Segundo ele, todas as informações colhidas durante o trabalho em campo, além de serem utilizadas no georreferenciamento do percurso, vão auxiliar nos trabalhos de preservação do percurso. “Todas as atividades serão voltadas para compatibilizar o plano de manejo do parque com a trilha, dentro das possibilidades de cada unidade de conservação”, pondera.
TRANSESPINHAÇO
O projeto Trilha de Longo Curso Transespinhaço é um movimento voluntário, que tem a participação da sociedade civil, de representantes de órgãos públicos das esferas federal, estadual e municipal, abrangendo 41 municípios mineiros. A expectativa é traçar o percurso da trilha, de aproximadamente 1,5 mil quilômetros, fazendo a conexão entre as 53 áreas protegidas municipais, estaduais e federais existentes ao longo da Cadeia do Espinhaço.
Até o momento, cerca de 70 quilômetros da trilha já receberam a sinalização rústica e o restante do traçado está em fase de validação. Os trechos mais avançados encontram-se no Parque Estadual do Pico do Itambé, localizado entre as cidades de Serro e Santo Antônio do Itambé e no Parque Nacional da Serra do Cipó.
No Parque Estadual do Pico do Itambé, a sinalização já está sendo implantada para auxiliar visitantes no percurso da trilha
Todos os custos necessários para a implantação da trilha foram pagos com recursos dos voluntários e por meio de campanha de financiamento coletivo. Alguns materiais necessários para sinalização dos trechos já traçados também foram doados pelas unidades de conservação que integram o projeto.
A administração da implantação da trilha baseia-se em uma representação coletiva, em que a coordenação-geral está sob a tutela da Federação de Montanhismo e Escalada do Estado de Minas Gerais (FEMEMG). Na execução das atividades de campo e divulgação, os trabalhos são conduzidos por um grupo de voluntários composto por montanhistas, guias de turismo, gestores de unidades de conservação e representantes de universidades que estão distribuídos em quatro grupos de trabalho ao longo das regiões de atuação do projeto.
EXPECTATIVA
A expectativa é de que até março de 2021 toda a fase de validação dos trechos esteja concluída e a sinalização seja realizada ainda no primeiro semestre, conforme garante a coordenadora do projeto, Giselle Saraiva de Melo. “Esperamos conseguir um grande avanço no primeiro semestre de 2021, se a pandemia permitir, já que dependemos da abertura dos parques”, explica.
De acordo com a coordenadora, os dados georreferenciados serão disponibilizados, inicialmente, em arquivos compatíveis com o Google Maps e Google Earth. “A ideia é conseguir construir um site em que pessoa possa ter acesso a toda trilha georreferenciada”, acrescenta. Todas as informações referentes ao projeto estão disponíveis nas rede sociais da Trilha Transespinhaço , no Facebook e no Instagram.
Simon Nascimento
Ascom Sisema