Cerca de 70 representantes de Organizações Não Governamentais (Ongs), universidades, sindicatos rurais, setor produtivo, instituições privadas, cooperativas, associações e comunidades tradicionais participaram da atividade na qual, ao longo de dois dias, foram levantadas as diretrizes e programas para conservação da biodiversidade na região do Alto Jequitinhonha.
Durante dois dias, os participantes se dividiram em grupos que abordaram cinco temas
Os participantes foram divididos em cinco grupos de trabalho que abordaram os temas investigação científica, conservação, agrobiodiversidade e sociobiodiversidade. Também foram debatidas questões transversais como a educação ambiental, aspectos legais e impactos da atividade humana sobre a biodiversidade. Ao final, os participantes aprovaram o texto em plenária. O documento produzido na oficina será disponibilizado na segunda semana de novembro no site do IEF: www.ief.mg.gov.br
O diretor geral do IEF, Marcos Afonso Ortiz Gomes, observa que as propostas e diretrizes elaboradas nas oficinas serão reunidas no documento final do Plano Estadual de Proteção à Biodiversidade, previsto para ser concluído no segundo semestre de 2013. “O documento final será submetido à aprovação dos integrantes do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH)”, explica.
No total, serão realizadas dez oficinas regionais até 2013. As duas primeiras aconteceram em Divinópolis e Caetanópolis e a próxima será realizada em Montes Claros, no Norte do Estado.
Avaliação
Para o representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Eduardo Nascimento, o aspecto mais positivo da realização da oficina foi explicitar a realidade da biodiversidade regional. “O trabalho levou em conta a perspectiva da agricultura familiar e das comunidades tradicionais, além de buscar caracterizar os impactos negativos de algumas atividades”, disse.
A representante da tribo Pakararu, Benvina da Silva, destaca a esperança da sua comunidade na execução dos pontos discutidos. Acompanhada de outros sete indígenas de diferentes etnias que vieram da aldeia Apukaré, no município de Coronel Murta, ela afirma que a principal reivindicação é ter condições de sobreviver na região. “O que eu quero é ter como plantar minha horta”, ressalta.
Benvida da Silva foi uma das representantes indígenas na oficina
O chefe regional Escritório do IEF no Alto Jequitinhonha, Sílvio Vilhena, avalia que a oficina conseguiu identificar e abordar a maior parte das atividades econômicas ligadas à biodiversidade na região. “A coleta de flores sempre vivas é uma atividade emblemática para a região por ser secular e tradicional”, pondera.
O chefe regional do IEF no Alto Jequitinhonha, Sílvio Vilhena, destacou os esforços para identificar as pressões sobre a
biodiversidade local
Vilhena lembra que a retirada das sempre vivas é uma atividade basicamente extrativista e que deve ser realizada de forma responsável. “Um conceito que pode ser aplicado é o dos bosques modelo em que os próprios moradores da área se fiscalizam”, destaca. Os bosques, ou florestas, modelo são um conceito que surgiu no Canadá e que tem a finalidade de promover a conservação e a utilização sustentável dos recursos florestais, incentivando as comunidades locais a adotar práticas racionais. Atualmente, Minas possui dois bosques modelo: Pandeiros e Mata Atlântica.
Oficina em Diamantina consolida propostas para conservação da biodiversidade no Alto Jequitinhonha - IEF
Oficina em Diamantina consolida propostas para conservação da biodiversidade no Alto Jequitinhonha
Notícia
Seg, 29 out 2012