Foto: Gustavo/SAFEMED
A técnica utiliza a queima de uma faixa longitudinal de vegetação, impedindo o progresso de um eventual incêndio para além dos limites da área manejada
Como parte das atividades de Manejo Integrado do Fogo (MIF), foram realizadas, na última semana, no Parque Estadual Serra do Intendente, as primeiras queimas prescritas no ano de 2022. A atividade envolveu a realização de aceiro negro – técnica que utiliza a queima de uma faixa longitudinal de vegetação, impedindo o progresso de um eventual incêndio para além dos limites da área manejada.
As diretrizes de uso do fogo para fins de prevenção e combate aos incêndios florestais estão estabelecidas no Decreto Estadual nº 47.919, de 2020, e na Portaria IEF nº 28, de 2020. As áreas alvo de conservação no PE Serra do Intendente foram estabelecidas no Plano de Manejo Integrado do Fogo da Unidade de Conservação (UC) e estão em consonância com as práticas e metas fomentadas pela gerência de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Previncêndio.
O aceiro realizado na atividade tem largura aproximada de 30 metros sendo executado nas bordas de um fragmento de Mata Atlântica, na região da UC conhecida como Campo Redondo. Marcos Alexandre dos Santos, gerente do PE Serra do Intendente, explica que a ação contou com a presença dos brigadistas dos parques estaduais da Serra do Intendente e do Pico do Itambé, além do Parque Natural Municipal do Tabuleiro. Também participaram da atividade os prestadores de serviço de prevenção e combate a incêndios florestais contratados com recursos de Compensação Florestal Minerária das Unidades Operacionais Centro-Norte, Metropolitana e Jequitinhonha.
Diminuição dos riscos
A empresa contratada pelo empreendedor exerce papel importante na realização das queimas prescritas e demais ações preventivas, complementando a mão de obra necessária ao desenvolvimento dessas atividades, que em outras UCs também contam com o apoio de funcionários, brigadistas florestais voluntários, parceiros diversos e bombeiros militares. Em 2021, a ação foi realizada nos parques estaduais da Serra do Rola Moça, Serra Verde e Lapa Grande, além do Monumento Natural Gruta Rei do Mato. Outras UCs também já realizaram queimas prescritas, como a Área de Proteção Ambiental Parque Fernão Dias, e os parques estaduais do Rio Preto, Serra do Cabral e Pico do Itambé.
“A atividade permite realizar a redução de biomassa acumulada ao redor das áreas alvo de conservação, diminuindo consideravelmente o risco de ocorrências de incêndios severos em áreas de preservação mais sensíveis, ameaça muito presente durante o chamado período crítico”, explica Marcos Alexandre dos Santos.
No período mais crítico do ano, a longa estiagem, a consequente baixa umidade relativa do ar e o forte ressecamento da vegetação propiciam incêndios com grande gasto de energia, atingindo temperaturas de fogo muito elevadas e em época em que os incêndios naturais não se fazem presentes.
“As queimas prescritas buscam realizar o controle dos combustíveis, antes ocorrido naturalmente com a ignição por raios e, hoje, condição mais incomum, já que diversos limites físicos e administrativos foram estabelecidos para essas áreas prioritárias para a conservação, impedindo a queima natural lenta e contínua dos combustíveis, com a quais a flora e a fauna se adaptaram ao longo de milhares de anos”, observa o gerente de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo.
Plano de Manejo
O Plano de Manejo Integrado do Fogo do Parque Estadual Serra do Intendente foi elaborado com o apoio do Instituto Chico Mendes de Proteção à Biodiversidade (ICMBio), com quem a Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade Jequitinhonha celebrou Termo de Cooperação Técnica prevendo o auxílio no desenvolvimento e realização da atividade.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema