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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Parque Estadual do Itacolomi ganhará mural feito com tinta à base de terra

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Fotos: Luiza Geoffroy /Vellozia
Mural Itacolomi coleta de terra
Porções de terra são colhidas no terreno do parque para dar origem às tintas

O Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, ganhará um novo atrativo turístico. Trata-se de um mural com o mapa da unidade de conservação, que será ilustrado com tinta à base de terra. O trabalho está sendo desenvolvido por um arquiteto e uma artista plástica, em parceria com a unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). A expectativa é que, no início de 2021, o mural esteja pronto para apresentação aos visitantes da unidade de conservação.

O mural está sendo construído em uma parede do hall de acesso ao auditório do parque. Lá, os visitantes poderão conhecer o mapa, que indica toda a área do Itacolomi, atrativos turísticos naturais, além das características de fauna e flora do parque. Os trabalhos são coordenados pelo arquiteto e pesquisador Fernando de Paula Cardoso, que antes do trabalho no Itacolomi, participou da produção de um mural no deserto do Atacama, no Chile. “Foi uma verdadeira “prova de fogo”, porque o clima de San Pedro de Atacama é agressivo e a pintura resistiu perfeitamente”, acrescentou.
 
O pesquisador explicou que as tintas à base de solos do mural no Itacolomi foram objeto de estudo da tese de doutorado desenvolvida e defendida por ele no início deste ano. Segundo ele, o Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) já desenvolvia, desde 2005, o projeto Cores da Terra, sob coordenação do professor Anôr Fiorini de Carvalho, que promoveu a produção de tintas a partir da mistura de água, amostras de solo e cola branca. “À medida que o tempo foi passando o trabalho ganhou notoriedade e ganhamos um prêmio de inovação tecnológica da Finep, na categoria tecnologia social, o que possibilitou o aprofundamento das pesquisas”, explicou Fernando.

Para a construção do mural no Itacolomi, bem como a produção de um manual e um vídeo para difusão da técnica à sociedade, foram obtidos recursos de um projeto do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) da Organização (FIDA)/Organização das Nações Unidas (ONU) via Departamento de Solos da UFV. Com os recursos foram contratados os profissionais que atuam desde os trabalhos de campo, coletando amostras de solo para a produção da tinta e informações sobre fauna, flora e atrativos turísticos do parque, até a idealização e registro audiovisual da produção do mural.

“A ideia é que o mural seja, de fato, usado como um mapa pelos visitantes do parque. A partir do mural eles podem ter acessos aos pontos de referência, portaria, atrativos turísticos, além da representação das belezas naturais e da fauna e flora”, explica.

Conceito

A artista plástica Pâmela Bergamini será a responsável por materializar o mural. Ela esteve nos trabalhos de campo para um levantamento das características gerais do parque. Todas as informações obtidas serão utilizadas na construção do novo atrativo. “A mensagem que quero passar é que devemos usufruir sim da natureza, mas respeitando os recursos naturais, os elementos naturais e a história do parque”, ponderou.

Gerente da unidade de conservação, Maria Lúcia Coimbra Cristo disse que o mapa vai auxiliar ainda mais os monitores do parque na apresentação da unidade aos visitantes. A gestora ainda destacou a importância de aliar um trabalho científico à rotina da unidade de conservação. “Um dos objetivos do parque é a abertura para a pesquisa e questões socioambientais. Estamos aliando essa necessidade de ter mais um atrativo aos turistas, com essa parceria que é um dos objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc)”, frisou.

A tinta

 

Amostra de cores mural Itacolomi

Cores obtidas têm características opaca, destaca Fernando

 

Para produzir as tintas, a primeira etapa é a coleta de solo natural. O material é armazenado em um balde com água e, em seguida, a mistura passa por uma espécie de liquidificação até que todas as partículas de solo estejam diluídas. Após esta etapa o material passa por uma peneira bem fina e, em seguida, é adicionada cola branca. Esta mistura é então homogeneizada, resultando em uma tinta com as mesmas características das tintas industrializadas.

 

Fernando explicou que a única cor que não é possível obter de solos é o azul. Entretanto, o pesquisador ressaltou que a paleta de cores dos solos é praticamente infinita, com tons que variam do branco ao preto, passando pelo amarelo, vermelho, roxo etc. “Na tinta feita com terra nunca vamos ter um padrão como na indústria. É um produto mais opaco, que não tem as cores vibrantes nem o brilho das tintas industriais. São cores mais harmônicas aos olhos”, concluiu o pesquisador.

 

Após a finalização do trabalho no Itacolomi, um manual e um vídeo para difusão da técnica de produção e uso de tintas à base de terra também será produzido e distribuído à população.

 

Simon Nascimento
Ascom/Sisema

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