Projeto de pesquisa no Parque Estadual do Rio Preto incentiva preservação do pequi

Notícia

Qui, 13 set 2007


Desde 2003, os pesquisadores vem coletando sementes de diversas árvores em unidades de conservação dois municípios com climas distintos: São Gonçalo do Rio Preto, no Parque Estadual do Rio Preto e na Estação Experimental do Moura administrada pela UFVJM, em Curvelo.

As pesquisas com o gênero Caryocar, principalmente o pequi (Caryocar brasiliense Camb.), envolvem alunos dos cursos de Ciências Agrárias e de Mestrado em Produção Vegetal da UFVJM. Na primeira etapa, as sementes foram colocadas para germinar na Estação Experimental do Moura e no Parque Estadual do Rio Preto e posteriormente transportadas para a fazenda da empresa SADA Bio-Energia e Agricultura Ltda, no município de Carbonita.

Na segunda etapa, desenvolvida entre 2004 e 2005, foram feitas coletas de sementes de 133 árvores em oito municípios do Estado. De acordo com coordenador da pesquisa, o engenheiro agrônomo José Cunha Fernandes, as sementes foram plantadas em grupos de cinco para compensar a baixa taxa de germinação, uma das características da espécie. "Os primeiros blocos foram plantados em setembro de 2005 e os demais, em dezembro do mesmo ano", afirma.

O experimento ocupa uma área útil de cinco hectares. A cada seis meses, em média, são coletadas informações relacionadas ao desempenho das plantas. "O trabalho é oneroso uma vez que envolve a avaliação planta por planta, todas elas devidamente identificadas através de um croqui de maneira que é possível saber a árvore e município de origem de cada uma", ressalta o professor. Segundo ele, os produtos derivados do pequi constituem um mercado potencial. "A espécie tem um grande importância econômica e social além das vitaminas e lipídeos contidos nos frutos que são importante fonte de alimento para a população residente em sua área de ocorrência", observa.

"As pesquisas podem possibilitar o aumento do conhecimento sobre a espécie, viabilizar a obtenção de materiais genéticos superiores e iniciar um processo de conservação", diz o pesquisador. Segundo ele, a conservação do pequi é muito importante, uma vez que a importância econômica do fruto vem aumentando o caráter predatório de sua colheita, não deixando sementes no solo para reposição das árvores existentes. "Se o processo continuar, não haverá substituição das atuais árvores", alerta Cunha.

Símbolo de Minas

A expectativa do professor José Cunha Fernandes é que ao longo dos próximos anos a pesquisa possa obter mais informações a respeito da espécie, que é considerada símbolo do Estado de Minas Gerais. 

A Lei Estadual nº 10.883 de 02 de outubro de 1992 declara o pequizeiro de preservação permanente, de interesse comum e imune de corte, no estado de Minas Gerais. De acordo com a Lei, o abate do pequizeiro só é permitido mediante autorização prévia do IEF quando necessário à execução de obras, de planos, de atividades ou de projetos de utilidade pública ou de relevante interesse social.

13/09/2007
Fonte: Ascom/Sisema