Nesta quarta (28), os produtores visitarão a localidade de Alto Capim, na zona rural de Aimorés, onde está sendo executado com sucesso um trabalho de reflorestamento e foi construído um dos viveiros comunitários que fornecem mudas para os plantios. O diretor de Desenvolvimento e Conservação Florestal do IEF, Luís Carlos Cardoso Vale, esclarece que a proposta do encontro é fazer um balanço do que foi realizado pelo projeto até o momento. “Com isto, será possível aperfeiçoar os pontos fracos e formatar uma nova proposta a ser apresentada ao ITTO para extensão da parceria”, explica.
Luís Carlos Cardoso Vale observa que o trabalho de recuperação da bacia do rio Doce ganhou um grande reforço com a criação, em 2007, dos Projetos Estruturadores, os quais direcionam os investimentos do Governo do Estado. “O Projeto Estruturador ‘Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica’, sob responsabilidade do IEF, destina importantes recursos para a região, incluindo o trabalho de recuperação de áreas degradadas que já vem sendo executado pelo projeto IEF-ITTO”, afirma.
O convênio com o ITTO tem término previsto para outubro de 2008 e conta com recursos da ordem de cerca de R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 500 mil investidos pelo Governo de Minas. “Independentemente da renovação com o ITTO, a experiência adquirida no rio Doce será estimulada e continuada”, assegura.
Parcerias
Os produtores rurais são os maiores parceiros na execução do projeto de recuperação florestal do rio Doce. “A agropecuária é a principal atividade econômica da região e, ao longo dos anos, foi desenvolvida de forma inadequada, o que eliminou grandes áreas de floresta, expondo o solo à erosão”, explica o engenheiro agrônomo do IEF, Danilo Rocha.
Para conseguir a participação das comunidades locais, foram realizadas diversas visitas, reuniões e oficinas com os produtores rurais. “Foram executadas cerca de 200 atividades para conseguir sensibilizar os moradores da região sobre a importância da recuperação e conservação das áreas”, afirma a analista ambiental do Escritório Regional do IEF no Rio Doce, Janaína Mendonça Pereira. Sete viveiros comunitários foram montados e produziram 300 mil mudas até o final de 2007.
Ailton Moura Nobre é um dos produtores rurais que participam do trabalho para recuperação das áreas degradadas. Morador da localidade próxima ao Córrego Brajaúba, em Governador Valadares, ele afirma que sua família aderiu ao projeto logo em seu início, em 2004. “A atividade da fazenda sempre foi a pecuária, mas logo percebemos que o solo estava ficando muito pobre”, observa. Com a orientação dos técnicos do IEF, Nobre iniciou plantios intercalados e o cercamento de diversas áreas que, hoje, já estão em recuperação. O trabalho na propriedade de Ailton Nobre trouxe novos participantes para o projeto. “Cinco vizinhos já aderiram ao projeto depois de verem os resultados na minha propriedade”, comemora.
O projeto tem ainda a participação de outras instituições que realizaram estudos para diagnosticar as características locais: a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) realizou um levantamento socioeconômico, enquanto a Universidade do Vale (Univale) participou dos esforços elaborando um diagnóstico ambiental da região. Alunos da universidade coletaram amostras de água e solo nas localidades selecionadas para determinar as mais afetadas.
Projeto
O projeto tem ainda a participação do Instituto Terra, organização não governamental fundada pelo fotógrafo Sebastião Salgado e por Lélia Deluiz Wanick Salgado. A instituição vem realizando cursos de capacitação e treinamento para agricultores e representantes comunitários. Um convênio assinado pelo Instituto com o Governo do Estado em 2007 prevê investimentos de cerca de R$ 1,3 milhão. O viveiro de mudas existente na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Bulcão, pertencente ao Instituto, foi ampliado e sua capacidade de produção, em três anos, será de 1,5 milhão de mudas.
Data: 28/05/07
Fonte: Ascom / Sisema