O objetivo é fazer do bambu uma espécie pioneira, capaz de criar o micro-ambiente propício para as espécies nativas se regenerarem. Em contrapartida, os donos das propriedades teriam retorno financeiro com a venda da gramínea que, de acordo com especialistas, é matéria-prima para a confecção de cerca de dois mil produtos.
O projeto piloto prevê o plantio do bambu no entorno do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Uma área no município de Ibirité, na Grande BH, onde atualmente a horticultura está em declínio e que tende a ser loteada, é a mais indicada para a experiência. A escolha dessa região se deve à proximidade da Unidade de Conservação da Capital. "Trata-se de praticidade operacional para se introduzir a espécie e depois trabalhar a madeira", informa o consultor do Promata-MG, Cornellius Von Fürstenberg.
Ele explica que a idéia do projeto se deve à rentabilidade alcançada com a cultura do bambu. "Uma das vantagens da plantação do bambu é o rápido crescimento dessa espécie e o fato de não haver necessidade de replantio. Se for feito o corte adequado, ele cresce novamente", ressalta.
O consultor afirma que um estudo para avaliar os benefícios do cultivo do bambu está em andamento. "Estamos analisando trabalhos realizados na China e na Colômbia e avaliando se é financeiramente viável cultivar essa gramínea", explica. Segundo Fürstenberg, o estudo deve ficar pronto em junho deste ano. "Se a avaliação for positiva, implantaremos o projeto", garante.
Palestra explica projeto
Para dar mais informações sobre a o plantio do bambu com o objetivo de regeneração de matas ciliares, o zootecnista Rodrigo Mendonças, especialista em gramíneas, participou de uma palestra realizada na sede do Sisema, em abril.
Ele apresentou um projeto desenvolvido em São Paulo onde, graças à cultura do bambu, foi possível promover a regeneração da mata nativa da região. De acordo com Mendonça, o custo inicial da plantação é de cerca de R$ 9 mil e o rendimento alcançado com a venda do bambu é suficiente para sustentar cinco famílias de produtores rurais.
O especialista explicou, ainda, que há uma impressão equivocada a respeito do bambu no Brasil. "As pessoas vêem o bambu como uma espécie exótica que age como uma praga quando, na verdade, ela pode conviver com a mata nativa e auxiliar na sua regeneração", afirma.
02/05/2007
Fonte: Assesssoria de Comunicação
Sistema Estadual de Meio Ambiente