Piracema

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Piracema

É um fenômeno natural muito importante para a reprodução dos peixes que ocorre com diversas espécies ao redor do mundo. O período da piracema ou período de defeso se inicia a partir do dia 1° de novembro e vai até o dia 28 de fevereiro do ano seguinte.

O termo piracema vem do tupi que significa “pira = peixe” e “cema = subida”, resultando no termo subida dos peixes.

Os peixes que realizam piracema são chamados de migradores! Durante este período eles viajam dezenas ou até centenas de quilômetros para chegar aos locais ideais para reprodução. A migração exige do peixe grande esforço físico em pouco tempo para nadar contra a correnteza, resultando no estímulo à reprodução.

Como ocorre a Piracema?

A reprodução dos peixes migradores ocorre em etapas, sendo a primeira correspondente ao estímulo fisiológico do peixe, a segunda pela resposta física ao estímulo e a terceira pela reprodução em si, como descrito a seguir:

I - A resposta fisiológica dos peixes ocorre quando começam as variações na natureza de que a estação favorável a reprodução está para chegar. Dias mais quentes, chuvas frequentes e água mais oxigenada fazem com que milhões de peixes, machos e fêmeas, dispersos pelos rios, se agrupem em grandes cardumes, preparando-se para a subida.

II - Quando o nível dos rios aumenta por causa do volume das chuvas, estes transbordam e abastecem lagoas marginais e alagadiços, permitindo que os peixes migrem para esses locais ou até para as cabeceiras, onde chegam maduros e prontos para o acasalamento. Eles encontram locais com condições ambientais adequadas para desovar: águas mais quentes, oxigenadas e turvas, o que ajuda na proteção dos ovos e alevinos contra predadores.

III - Durante a desova, milhões de ovos serão depositados, descerão o rio ou ficarão nas lagoas marginais, conhecidas como “berçários” por serem locais que propiciam o desenvolvimento dos alevinos e são ricas em alimento. Quando os alevinos se tornarem adultos, repetirão o ciclo da piracema, procriando em locais próximos onde foram desovados.

Figura 1 – Ilustração de como ocorre o comportamento dos peixes durante o período da piracema

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A importância das lagoas marginais para os peixes:

No período das chuvas, os rios transbordam e conectam as lagoas marginais formando um novo ambiente para os peixes migrarem e reproduzirem. Estes locais também são utilizados pelos peixes como abrigo e local de alimentação, uma vez que foi carreado muita matéria orgânica para dentro destes ambientes, consequência da chuva e do aumento no nível dos rios, os ovos e as larvas que descem à deriva se depositam nestes locais, encontrando abrigo seguro.

Quando a estação chuvosa termina, o nível do rio diminui, desconectando as lagoas. Os ovos e alevinos que ficaram aprisionados nas lagoas, se desenvolvem no período da seca e estarão prontos para repovoar o rio na próxima piracema, quando o rio conectar novamente.

Por esta e tantas outras razões, é fundamental preservar os ambientes e lagoas marginais!

Figura 2 – Ilustração da dinâmica dos rios e sua influência nos habitats para peixes migradores

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Como ajudar os peixes no período da Piracema?

Para o sucesso dos peixes na piracema, é importante respeitar o período e não pescar.

A pesca ilegal neste período contribui drasticamente para a redução dos estoques pesqueiros futuros!

No início da piracema, muitas fêmeas que sobem o rio já estão ovadas e, ao fim da piracema, os peixes adultos se tornam alimento fácil para os predadores por estarem cansados da jornada.

Muitas pessoas, aproveitam deste momento de “abundância” dos peixes e fragilidade dos mesmo para pescá-los.

A pesca neste período é proibida!

É de responsabilidade do pescador(a) soltar os peixes nativos, em caso de pesca acidental, como também praticar a pesca consciente.

O que é permitido durante o período de defeso (Piracema)?

Os governos federal e estadual instituem durante a piracema o período de defeso, que vai de 1° de novembro a 28 de fevereiro do ano subsequente.

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Em Minas Gerais, nesta época, é permitida apenas a pesca amadora e de espécies exóticas ou alóctones (não nativas) e peixes híbridos (resultado do cruzamento entre nativo e exótico), com limite de quantidade de 3Kg mais um exemplar de qualquer tamanho.

O perfil das espécies nativas, exóticas e alóctones varia entre as bacias, sendo necessário consultar as portarias específicas (Portaria nº 154, 13 de outubro de 2011, para a bacia do rio São Francisco, Portaria nº 155, 13 de outubro de 2011, para as bacias do leste do Estado e Portaria nº 156, 13 de outubro de 2011, para as bacias dos rios Grande e Paranaíba).

Figura 3 – Bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais

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Figura 4 – Ilustração e descrição de espécie exótica, alóctone e autóctone à bacia hidrográfica

 

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Os equipamentos permitidos durante o período de defeso são: linha de mão com anzol, vara ou caniço, carretilha ou molinete de pesca, com iscas naturais ou artificiais. Para portar o equipamento de pesca e o pescado é importante que o pescador mantenha sua licença de pesca amadora atualizada.

As licenças de pesca amadora autorizadas pelo IEF são: A1 - desembarcada, A2 - embarcada, A3 - subaquática.

Informe-se sobre as normas e espécies permitidas para a pesca durante o período de defeso, consultando as portarias abaixo:

Portaria IEF 154/2011 (.pdf 458.71 Kb)

Resumo 154/2011


Portaria IEF 155/2011 (.pdf 448.61 Kb)

Resumo 155/2011Resumo 155/2011


Portaria IEF 156/2011 (.pdf 459.04 Kb)

Resumo 156/2011