Foto: Divulgação IEF
Produto final de oficina será uma base de dados na forma de mapas de áreas prioritárias para proteção da natureza em Minas
Especialistas em conservação da biodiversidade se reuniram, de 18 a 20 de dezembro, em Belo Horizonte, para realização da segunda etapa de atualização do Atlas de áreas prioritárias para proteção da natureza em Minas Gerais. A proposta foi identificar os grupos da fauna que precisam de atenção, sua distribuição no Estado e as medidas necessárias para preservação das espécies.
A “Oficina de Alvos e Metas para Conservação da Biodiversidade no Âmbito do Projeto Áreas Prioritárias: Estratégias para a Conservação da Biodiversidade e dos Ecossistemas de Minas Gerais” foi realizada no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A atividade é uma continuação da “Oficina de Custos e Oportunidades do Projeto”, que aconteceu em novembro.
A analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que também integra a coordenação institucional do Projeto, Thamiris Lopes Chaves, explica que os pesquisadores e professores participantes, indicaram critérios para a definição de metas para a conservação. “Se uma espécie identificada tem distribuição restrita no território, ela tende a ter uma meta maior do que outra com ampla distribuição”, explica.
Nesta oficina foram avaliados o conjunto de alvos propostos pela coordenação temática do projeto, adicionado das contribuições obtidas em consulta online que contou com a participação de especialistas nos diversos grupos taxonômicos em estudo. Os trabalhos na oficina foram realizados por meio da análise de mapas de distribuição das espécies-alvo, incluindo sua distribuição potencial, construídos sobre a base de dados preliminar.
Além dos alvos biológicos, como espécies endêmicas, ameaçadas de extinção, de importância econômica e de utilização tradicional, também foram analisados mapas de atributos físicos, ecossistemas e serviços ecossistêmicos especializados. Em uma etapa posterior, os resultados desta Oficina serão combinados a outras variáveis, tais como, usos conflitantes dos recursos naturais e oportunidades de conservação, para que sejam, então, obtidas as melhores soluções de proteção e recuperação da biodiversidade e dos ecossistemas e de uso sustentável no território mineiro.
“Os resultados da Oficina serão validados numa atividade que está prevista para ser realizada em março de 2019”, afirma Thamiris Chaves. O produto final será uma base de dados na forma de mapas de áreas prioritárias especificamente adaptados, em escala e resolução adequadas às múltiplas necessidades da gestão ambiental pública, com vistas à conservação e restauração dos biomas.
Os mapas terão múltiplas aplicações, podendo ser usados no cotidiano da fiscalização, da conservação da biodiversidade, da restauração florestal e conectividade de fragmentos. Também podem ser usados na gestão de recursos hídricos e no sistema de regularização ambiental que já utiliza o critério locacional em suas análises.
A atualização das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade tem a coordenação institucional do IEF com o apoio do Projeto de Proteção da Mata Atlântica em Minas Gerais - Promata II. A parte técnica é desenvolvida por meio de uma parceria entre as organizações não governamentais WWF-Brasil, a Fundação Biodiversitas e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Emerson Gomes
Ascom/Sisema