Referência no recebimento, reabilitação e soltura da fauna silvestre, o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Belo Horizonte (Cetras-BH) recebeu, na última semana, quase 200 garças que ficaram feridas durante uma poda de árvores feita de forma irregular em Lagoa Santa, na Região Metropolitana da capital mineira. Agora, médicos veterinários e biólogos trabalham para recuperar os animais, em sua maioria filhotes.
O corpo técnico do Cetras, que possui gestão compartilhada entre o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), avaliou as 169 garças recebidas de acordo com o estado de saúde dos animais. Aqueles que apresentaram estado grave estão recebendo atendimento veterinário, enquanto a maior parte passa por outros cuidados, uma vez que muitos ainda não se alimentam sozinhos.
“Neste caso, você precisa dar comida na boca, igual os pais fariam na natureza. Outros um pouco maiores já estão comendo sozinhos, então são cumpridas várias etapas até que esses animais possam ir para um viveiro maior aprender a voar”, explica a médica-veterinária do IEF, Érika Procópio.
De acordo com Érika, alguns filhotes ainda estavam saindo do ovo quando deram entrada no Cetras. Outros animais apresentaram traumas, como crânio encefálico, além de fraturas na pata e na asa. Outras 66 garças que foram resgatadas pela população e pelo Grupo de Resgate Animal da UniBH foram a óbito antes de chegarem ao Centro de Triagem.
Várias etapas da recuperação das garças terão que ser cumpridas até que elas possam ir para um viveiro maior aprender a voar. Quando todo o processo for concluído e a equipe do Cetras certificar que os animais possuem condições de serem reintroduzidas à natureza, eles serão soltos, prioritariamente, nas Áreas de Soltura de Animais Silvestres (ASAs) cadastradas junto ao IEF.
“Temos áreas de soltura cadastradas no estado inteiro, então soltamos os animais nessas áreas cadastradas. São propriedades particulares de pessoas que protegem e se responsabilizam pelos animais soltos lá e de acordo com o habitat de cada animal”, conclui Érika.
O que fazer quando encontrar um animal silvestre?
O primeiro passo é ter cuidado, uma vez que por mais manso que o animal possa parecer, ele tem um instinto e vai tentar se defender, caso se sinta acuado. Portanto, a principal dica é que seja feito o contato com a Polícia Militar de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros ou IEF, para que o recolhimento do animal seja feito até o Cetras mais próximo.
Matheus Adler
Ascom/Sisema