Marcos Sá Correia observa que na época da criação do Parque, em 1937, foi questionada a validade de investir numa área pequena – 12 mil hectares. “Estava em vigor um pensamento proveniente dos Estados Unidos que definia os Parques como monumentos nacionais”, explica. Em 1982, a área da unidade de conservação foi ampliada para 30 mil hectares.
A área onde hoje é o Parque foi adquirida em 1908 pelo Governo Brasileiro de Henrique Lineu Faria de Souza, filho de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, um dos personagens mais ricos da história brasileira. “A área, no entanto, não era mais passível de preservação, mas sim de reconstituição”, destaca o jornalista e historiador.
“O Vale do Paranaíba sofreu uma devastação muito rápida pelas atividades agrícolas e a geração que primeiro destacou a importância de conservar a área assistiu à sua destruição”, afirma o Marcos Sá Correia.
O Parque Nacional do Itatiaia tem áreas nos municípios mineiros de Itamonte e Bocaína de Minas e em Alagoa, no Rio de Janeiro. A unidade de conservação abriga uma reserva importante de Mata Atlântica com destaque para a presença de jequitibás, quaresmeiras e cedros, dentre outras espécies da flora. Na fauna, destaca-se a presença de mamíferos como a anta e a paca, além de uma enorme diversidade de aves.
Rio Doce
A história do trabalho de preservação do Parque Nacional do Itatiaia encontra paralelo com a do primeiro Parque Estadual de Minas Gerais, o Rio Doce, criado em 1944. A unidade de conservação, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), está situada na porção sudoeste de Minas Gerais, na região do Vale do Aço, nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo e abriga a maior área de Mata Atlântica do Estado em seus 36.970 hectares.
“Da mesma forma que o Parque Nacional do Itatiaia, o Rio Doce teve um intervalo entre sua efetiva criação e as primeiras ações para preservar a área”, afirma o gerente de Gestão de Unidades de Conservação do IEF, Roberto Alvarenga Coelho. As primeiras iniciativas para preservar a área surgiram no início da década de 1930, pelo arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira que, visitando a região ficou impressionado com a beleza da mesma.
O Parque Estadual do Rio Doce abriga um notável sistema lacustre, composto por quarenta lagoas naturais, dentre as quais destaca-se a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 Km2 e profundidade de até 32,5 metros. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes. Também é possível observar inúmeras espécies de aves e outros animais da fauna brasileira, alguns deles ameaçadas de extinção como a onça pintada, o macuco e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.
Fonte:
Assessoria de Comunicação
Sistema Estadual de Meio Ambiente
da Sala de Imprensa do 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação