Foi realizada nessa segunda-feira (07/08) a 2ª reunião da Força Tarefa Previncêndio, na Cidade Administrativa de Minas Gerais (Camg), para acompanhamento e definições sobre as atividades de combate a incêndios, principalmente no período crítico considerado crítico para ocorrências de incêndios florestais.
A partir de julho, com a estiagem comum ao período, a umidade relativa do ar baixa gradativamente, podendo atingir valores inferiores a 20%. A baixa umidade, somada ao aumento das temperaturas, situação também comum a essa época do ano, tornam o risco de ocorrência de incêndios florestais bastante elevado, com maior dificuldade de controle das chamas, tornando os incêndios mais intensos e severos.
A FTP coordena planos e estratégias para minimizar e conter os incêndios. O trabalho é realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e outros órgãos como as Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, além de instituições ligadas ao governo Federal como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio).
Os dados sobre os últimos números de incêndios florestais ocorridos em Minas Gerais foram apresentados pelo gestor ambiental da Semad, Rodolfo Silva Vilela. De acordo com ele, foram registrados, até o dia 7 de agosto de 2017, 113 ocorrências de incêndio nas áreas internas das unidades de conservação estaduais e 88 ocorrências no entorno, totalizando 201. O gestor ressaltou, ainda, que as áreas com maior número de focos de calor em Minas, de janeiro a agosto deste ano, foram o Triângulo Mineiro, seguidas do Noroeste, Sul e Centro Norte.
Foto: Janice Drumond
As ocorrências de incêndios foram apresentadas pelo gestor ambiental, Rodolfo Silva
O coordenador operacional da FTP, Rodrigo Bueno Belo, explicou sobre os andamentos ligados à parte operacional, como a mobilização das aeronaves, capacitação e deslocamento dos brigadistas, dentre outras. Rodrigo lembrou que o ano 2016 foi um ano bom do ponto de vista climático e disse que fator clima é o fator mais determinante nas ocorrências de incêndios florestais. O coordenador também observou que as UCs mais ao sul do Estado receberam primeiro os brigadistas contratados, uma vez que o período crítico de incêndios começa mais cedo nessa região. Entretanto, já estão em processo de contratação os brigadistas para as regiões mais ao norte de Minas, que recebe o maior número de contratados.
Rodrigo Belo apresentou a Proposta de Política Nacional de Manejo Integrado de Fogo, que está sendo elaborada pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA), tendo como um dos objetivos reconhecer e respeitar o uso tradicional e adaptativo do fogo pelos povos indígenas e comunidades tradicionais de forma participativa, reduzir a intensidade e severidade dos incêndios, além de controlar a disseminação de espécies invasoras em áreas de preservação.
O coordenador enfatizou a importância do resgate das práticas tradicionais de manejo do fogo, e ressaltou que os maiores problemas com os incêndios florestais é que eles são geralmente dolosos. Posteriormente, foram colocadas na mesa de debate as dificuldades de se chegar à autoria dos crimes e as possíveis estratégias para encontrar os autores.
A superintendente de Controle e Emergência Ambiental (Sucea) da Semad, Ana Carolina Miranda Lopes de Almeida, reforçou o trabalho e esforço para o combate aos incêndios florestais. “Entrando o período crítico e com o fator climático desfavorável, precisamos contar com o combate imediato e com o envolvimento de todos os parceiros da Força Tarefa Previncêndio para alcançar mais resultados e diminuir a perda da biodiversidade”, reiterou.
Participaram do evento representantes da Semad, do IEF, do Icmbio, do Centro de Controle de Emergências da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), da Polícia Civil (PC MG), do Ibama e Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais (CBMMG).
Força Tarefa Previncêndio
O Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, Força Tarefa Previncêndio (FTP), criado por meio do Decreto nº 44.043, de 09 de junho e 2005, posteriormente reeditado pelo Decreto Estadual nº 45.960, de 02 de maio de 2012, tem como finalidade desenvolver as atividades de prevenção e combate a incêndios florestais nas unidades de conservação do Estado, nas áreas de relevante interesse ecológico e em áreas florestais que coloquem em risco a segurança das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente.
Desde sua criação, a FTP trabalha de forma inovadora e busca novas tecnologias e parecerias, além de ampliar a capacidade de respostas, por meio da contratação anual de brigadistas temporários para as unidades de conservação estaduais de Minas Gerais e para as unidades de operacionais.
Rodolfo Silvério Vilela
Ascom/Sisema