O Parque Estadual do Rio Doce abriga cerca de 40 espécies de aves de rapina. "O estudo destas espécies é fundamental para o equilíbrio ecológico por serem aves predadoras que ocupam o topo da cadeia alimentar", explica a bióloga da diretoria de Biodiversidade do IEF, Janaína Aguiar. "Os projetos, de maneira geral, têm como objetivo coletar dados sobre a biologia e a ecologia das espécies diurnas e noturnas, priorizando aquelas ameaçadas de extinção e auxiliando também na conservação da biodiversidade da Unidade", completa.
Segundo o diretor da S.O.S. Falconiformes, Eduardo Pio Carvalho, os estudos auxiliam na atualização do plano de manejo do Parque, sendo de fundamental importância para a preservação de espécies sob risco de extinção. "Os projetos investem também na educação ambiental, enfatizando a importância do bioma da Mata Atlântica e da manutenção da sua biodiversidade, revelando o papel das aves de rapina dentro desse contexto", afirma.
Ele cita o projeto de monitoramento da distribuição e abundância do Gavião-pombo-pequeno (Leucopternis lacernulatus), na região do Parque do Rio Doce. "Estamos monitorando as atividades de cinco casais coletando dados sobre o comportamento", explica. A espécie é considerada ameaçada de extinção no Brasil.
Atualmente, a S.O.S. Falconiformes desenvolve outros quatro projetos na unidade de conservação: "Projeto Diversidade de Aves de Rapina", "Projeto de Pesquisa e Conservação do Tauató-pintado no Sudeste do Brasil", "Projeto de Pesquisa e Recuperação do Gavião-pato em Minas Gerais" e "Projeto de Pesquisa e Conservação do Urubu-rei em Minas Gerais".
"É necessário ampliar as pesquisas em outros fragmentos de Mata Atlântica para prevenir a extinção local destas espécies", afirma Eduardo Carvalho. "Os levantamentos sobre a ocorrência das aves em outros pontos do Estado indicaram a presença de espécimes de gavião-pombo-grande na região noroeste", observa.
O desenvolvimento de projetos de pesquisa no Parque Estadual do Rio Doce e em outras unidades de conservação estaduais é autorizado pelo IEF. Atualmente, cerca de 400 pesquisas científicas estão em andamento. Outras informações sobre as pesquisas podem ser obtidas junto à diretoria de Biodiversidade do IEF, pelo e-mail pesquisa.cpvs@ief.mg.gov.br ou pelo telefone (31) 3219.5546.
Localizado no sudoeste do Estado, o Parque Estadual do Rio Doce foi criado em 1944, sendo a primeira unidade de conservação de Minas Gerais. A unidade possui o maior remanescente do bioma Mata Atlântica do Estado, e um dos maiores do país, com aproximadamente 36 mil hectares e abriga uma rica biodiversidade. Em 1993, foi declarado Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas (ONU).
06/07/2007
Fonte:
Assessoria de Comunicação
Sistema Estadual de Meio Ambiente