Corredores Ecológicos - IEF
Corredores Ecológicos
Artigo
A fragmentação é um dos grandes problemas ambientais atuais que afeta diretamente a manutenção da biodiversidade e a disponibilidade de água. Trata-se do processo de divisão em partes do ambiente que passa a ter condições ambientais diferentes do seu entorno. Dentre as estratégias de enfrentamento a esse problema, encontra-se a conexão de remanescentes para a formação de corredores ecológicos. Os corredores referem-se a extensões significativas de ecossistemas biologicamente prioritários, nos quais o planejamento responsável do uso da terra facilita o fluxo de indivíduos e genes, além de contribuir para a regulação do ciclo hidrológico. Nesse intuito, o Instituto Estadual de Florestas iniciou a implantação de corredores ecológicos nos biomas do Estado.
Numa escala regional, os corredores ecológicos podem levar em consideração fragmentos significativos, situados nas proximidades de áreas protegidas (Unidades de Conservação - UCs, Reservas Legais – RLs, Áreas de Preservação Permanente – APPs, etc.), visando o restabelecimento da conectividade entre elas. Além disso, também é necessário o aumento da cobertura vegetal nestes locais, de forma a contribuir para a manutenção dos recursos naturais nos ecossistemas considerados como prioritários para a conservação. Nesse sentido, observa-se que os corredores ecológicos representam uma das estratégias mais promissoras e eficazes para o planejamento regional (LIMA, 2009).
De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente – MMA, os corredores ecológicos regionais vêm fomentando, junto aos atores locais, visões de território que passam pelo orgulho e pertencimento a um espaço; pela valoração de produtos por meio de certificação de origem; pelo trabalho em cadeias produtivas de produtos oriundos deste território; pelos serviços ambientais, com ênfase em ecoturismo de base conservacionista (MMA, 2005; 2007).
Desta maneira, espera-se que os corredores ecológicos possam promover não apenas a conectividade ecológica, mas que também fomentem alternativas para o desenvolvimento de práticas de baixo impacto nas áreas de interstícios.
2.1. Corredores Ecológicos reconhecidos em Minas Gerais
Em agosto de 2014 foi reconhecido, pelo Decreto Estadual NE nº 397, o primeiro Corredor Ecológico no âmbito do Estado de Minas Gerais, denominado Corredor Ecológico Sossego-Caratinga (CESC), abrangendo um total de 66.424,56 há e interligando as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) Mata do Sossego e Feliciano Miguel Abdala e abrangendo sete municípios na Região Rio Doce e Mata de Minas Gerais.
O CESC possui como fator motivador a conservação de populações do muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxantus), presentes nas duas RPPNs supracitadas. O muriqui está na lista oficial brasileira das espécies da fauna ameaçadas de extinção e avaliada como “criticamente em perigo” no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
A escassez hídrica vivenciada no Brasil acendeu um alerta sobre o uso irracional dos recursos naturais. É imperativo que as relações humanas com o ambiente natural se tornem mais harmônicas e dessa forma que o desenvolvimento da sociedade não comprometa a disponibilidade dos recursos naturais, fundamentais à vida.
Como não é viável apenas a preservação de pequenas áreas naturais para que a sua dinâmica seja conservada, ferramentas de gestão territorial como corredores ecológicos, se apresentam como uma alternativa para a criação de uma cultura de uso e ocupação do solo mais favorável ao meio ambiente.
Segue abaixo link para acesso ao seguinte documento:
- Projeto Corredores Ecológicos: unindo florestas e articulando forças