Como forma de reduzir os prejuízos ambientais e econômicos causados pelos incêndios e garantir a preservação da biodiversidade, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), por meio do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) capacita voluntários nas diversas regiões do Estado para a formação de brigadas. Os cursos para a Brigada Voluntária no Sul de Minas têm início previsto para este mês e irão preparar os participantes para atuar como aliados na prevenção e combate aos incêndios florestais.
De acordo com a analista ambiental do Escritório Regional Sul do Instituto, Júlia Braga, cada curso é realizado em três dias, totalizando 24 horas de treinamento teórico e prático. "Os participantes aprendem o que é o fogo, seus mecanismos de propagação e as principais causas e tipos de incêndios florestais", explica. Segundo a analista, no último dia de treinamento o grupo realiza uma simulação, na prática, de um incêndio florestal e aprende as estratégias de combate, segurança nas operações e no embarque e desembarque nos helicópteros. "Além disso, os participantes conhecem os materiais e equipamentos fundamentais para o trabalho realizado pelos brigadistas", complementa.
Sul de Minas
No período de 21 a 24 de julho, o curso será oferecido para as comunidades do entorno do Parque Estadual da Serra do Papagaio, no município de Baependi. Segundo o técnico do Previncêndio, Anderson Campos, em 2006, a área queimada neste local foi de aproximadamente 1.046 hectares. Já no ano de 2007, três ocorrências de incêndio foram verificadas no mesmo local, totalizando cerca de 48 hectares de área atingida. "Através desses dados, percebemos um resultado favorável, possivelmente devido ao envolvimento e aceitação das comunidades do entorno com o Parque", avalia.
Júlia Braga diz que grande parte dos incêndios na Unidade de Conservação (UC) ocorre devido a práticas inadequadas de renovação de pastagens, através do fogo. "É fundamental que exista continuidade nos trabalhos de educação ambiental, cujos objetivos são sensibilizar as comunidades quanto à importância do Parque, além de orientar quanto ao uso de práticas ambientalmente seguras", afirma.
O Parque Estadual Nova Baden também oferece vagas para o treinamento, entre os dias 28 e 31 de julho, na cidade de Lambari. "Nova Baden há muitos anos não registra ocorrência de incêndios, problema que é comum em muitas UC's", observa a gerente do Parque, Evânia Santana. De acordo com ela, o bom relacionamento e a consciência dos moradores do entorno com o Parque têm mantido as estatísticas desejáveis. "A manutenção dos aceiros e a situação fundiária regular do Parque também contribui com esses números", diz. "Considerando a topografia íngreme e a pequena extensão da Unidade, é importante que as estratégias sejam definidas de forma clara, pois no caso de ocorrência de incêndio o fator tempo será terminante para assegurar que o mesmo seja debelado", completa.
Os treinamentos de brigada para as UC's Parque Estadual Serra da Boa Esperança e Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias estão previstos para este semestre. Em 2007, no Parque da Boa Esperança, foram queimados um total de 2.123,04 hectares, que correspondem a aproximadamente 36% da área da unidade. O gerente do Parque, Ivan Costa, afirma que serão tomadas medidas para reverter essa situação. "Neste ano também será feito um treinamento pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, com apoio da Prefeitura e IEF, para capacitar a Guarda Municipal de Boa Esperança para o combate de incêndios florestais", diz. "O curso já está autorizado pelo Comandante Operacional dos Bombeiros, Coronel Cláudio Vinício Serra Teixeira, e será realizado na primeira quinzena do mês de agosto", complementa. Serão treinados cerca de vinte dois integrantes da Guarda Municipal.
A APA Fernão Dias também registrou ocorrências de incêndios florestais em 2007. Segundo a gerente da APA, Raquel Junqueira Costa, foram queimadas áreas de floresta ombrófila densa, floresta estacional semidecidual, campo de altitude, além de áreas de pastagem e reflorestamento com pinus e eucalipto. "É importante ressaltar que a queima controlada é permitida dentro da APA, desde que não seja em vegetação nativa, mas é necessário que a pessoa interessada entre em contato com as Agências de Florestas, Pesca e Biodiversidade (Aflobios) do IEF de Camanducaia ou Paraisópolis para solicitar a autorização", alerta.
Raquel Junqueira observa que, fazendo a queima de forma controlada, o produtor rural evita que o fogo atinja a vegetação nativa e prejudique a Mata Atlântica da região. "Nesse ano, o Previncêndio irá capacitar funcionários da Prefeitura e Defesa Civil do município de manducaia para a prevenção e combate aos incêndios florestais, visto que esse município apresentou o maior número de incêndios dentro da APA Fernão Dias no ano passado", finaliza.
Fonte: Ascom / Sisema
