Fotos: Emerson Gomes
Fernanda Teixeira destacou os trabalhos realizados em Minas nos diversos espaços de discussão na SOBRE2018
Minas Gerais sediou, de 21 e 23 de novembro, o principal evento ligado à restauração de paisagens do País, tema que vem mobilizando profissionais ligados a gestão ambiental. A II Conferência Brasileira de Restauração Ecológica foi realizada no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte tendo o Instituto Estadual de Florestas (IEF) como um dos anfitriões e apoiadores.
A autarquia do Governo de Minas Gerais desenvolve ações de restauração florestal desde sua fundação, há quase 50 anos, e foi responsável pelas apresentações e mesas redondas no auditório Centenário 3, um dos cinco que abrigou as atividades simultâneas nos três dias de evento. O IEF participou, inda, com um stand no qual demonstrou seus trabalhos nas suas outras áreas de atuação.
A Conferência é uma promoção da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) e foi realizado simultaneamente com o X Simpósio Brasileiro sobre Tecnologia de Sementes Florestais. A estimativa dos organizadores é de cerca de 800 pessoas participassem das atividades.
As ações realizadas em Minas também estiveram presentes no auditório principal onde foram apresentados painéis ligados ao tema principal da Conferência que foi “Ganho de escala da Restauração Ecológica no Brasil”. Destaque para o trabalho de gestão territorial que vem sendo realizadas para restauração no Estado e o trabalho de restauração de ecossistemas florestais feito pelo Projeto de Proteção da Mata Atlântica (Promata II).
A diretora de Conservação e Recuperação de Ecossistemas do IEF, Fernanda Teixeira Silva, explica que a Conferência tem total sintonia com o trabalho que vem sendo realizado há anos em Minas pelo Instituto. “Podemos estabelecer relação com as ações de fomento, com a gestão territorial, a análise de paisagem e ao PRA (Programa de Regularização Ambiental) ”, afirmou.
O IEF e o Promata II foram apoiadores da Conferência
Para Fernanda Teixeira, uma Conferência com amplitude nacional é uma excelente oportunidade para divulgarmos projetos e produtos. Para ela a presença do Promata II entre os temas do auditório principal também é valiosa para Minas Gerais. “É uma parceria de sucesso com resultados importantes para o Estado e para a proteção da biodiversidade e da recuperação de áreas degradadas na Mata Atlântica”, afirma.
Outro trabalho do IEF com destaque no SOBRE2018 foi o pôster “Corredor Ecológico: instrumento de gestão territorial para o ganho de escala na restauração” que foi um dos selecionados pela Comissão Avaliadora composta por 30 especialistas de universidades e instituições de ensino de todo o país. O trabalho é de autoria dos servidores do IEF: Tatiana Pires Botelho, Fernanda Teixeira Silva, Juliana Costa Chaves, Leonardo Diniz Reis Silva, Paulo Fernandes Scheid e Mariana Lobato Megale de Souza Lima.
Tatiana Botelho explica o projeto sobre Corredores Ecológicos exposto na SOBRE2018
Rio Doce
Na quinta-feira, 22 de novembro, a plenária principal da Conferência abordou os trabalhos de restauração que vem sendo realizados na Bacia Hidrográfica do Rio Doce desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015. A Diretoria de Gestão da Bacia do Rio Doce da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Patrícia Rocha Maciel Fernandes, explicou como vem sendo feito o acompanhamento das ações da Fundação Renova, que é responsável pelo trabalho no rio mineiro.
Patrícia Fernandes observou que os trabalhos de restauração na calha principal do rio Doce são fiscalizados pelos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) nas operações denominadas Watu. Já o monitoramento da restauração ecológica nos tributários atingidos pelo rejeito de minério de ferro é feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que realiza as operações Áugias.
Os técnicos percorrem o trecho entre Mariana e a usina Risoleta Neves avaliando as medidas adotadas pela Fundação Renova e sua eficácia, apontando fragilidades e determinando novas medidas de correção. Seis operações Watu já foram realizadas desde 2016, sendo que a última aconteceu em agosto de 2018.
Patrícia explicou que relatórios das cinco primeiras operações estão disponíveis no site da Semad. “As conclusões da sexta operação está sendo finalizado e será disponibilizado em dezembro”, afirmou. “A operação Watu tem observado que o processo está apresentando bom resultado, mas é necessária a continuidade do monitoramento e novos estudos”, afirma.
Emerson Gomes
Ascom/Sisema