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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Plano de manejo do Parque Estadual Serra do Rola-Moça é aprovado

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Com o objetivo de identificar as atividades necessárias ao gerenciamento e manejo do Parque Estadual Serra do Rola-Moça, estabelecendo bases para uma gestão eficaz na conservação ambiental e no uso público da Unidade de Conservação (UC), foi aprovado, no último dia 14 de setembro, pelo IEF, o Plano de Manejo do PESRM.

O Plano de Manejo, definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é um documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade.

O Plano de Manejo do PESRM, incluindo a Estação Ecológica de Fechos, foi elaborado a partir do diagnóstico dos recursos naturais, físicos e bióticos e das interferências do homem, e desenvolvido por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), de empresas de consultoria e consultores independentes, com coordenação da Fundação Biodiversitas. “A aprovação e implantação do Plano de Manejo do Parque do Rola Moça e da Estação Ecológica de Fechos coloca à disposição dessas UCs um instrumento de gestão eficiente e participativo, permitindo que a gerência da Unidade apresente ao órgão gestor, às comunidades do entorno a ao seu Conselho as atividades prioritárias de implantação, administrando a Unidade alicerçada em parâmetros técnico-cientificos e de forma transparente”, argumenta Paulo Emílio Guimarães Filho, gerente do PESRM.

Durante o trabalho foram feitos contatos diretos, entrevistas e oficinas junto às lideranças comunitárias, profissionais envolvidos localmente com a temática de meio ambiente e sociedade organizada do entorno da Unidade de Conservação. Também foi feito um trabalho junto à equipe de gerenciamento do PESRM para enriquecer o processo de convergência nas análises técnicas dos meios biótico e abiótico, sócio-econômica, uso público e questões fundiárias, de forma que a equipe operativa se apropriasse dos conhecimentos técnico-operativos do Plano de Manejo desde a fase inicial do processo de elaboração.

A equipe fez também a coleta e análise de dados relativos à região e aos municípios do entorno do PESRM e da EE de Fechos com o objetivo de sintetizar em um único documento as informações regionais necessárias para a compreensão do contexto onde as Unidades de Conservação estão inseridas e como este contexto pode influenciar o planejamento e a gestão das áreas, seu entorno e os recursos naturais da região, identificando ainda, as oportunidades e as ameaças.

De acordo o estudo, o PESRM e a EE de Fechos estão inseridos em uma região bastante descaracterizada em relação ao seu estado original, devido ao histórico de ocupação do território e à intensidade das atividades antrópicas decorrentes do processo de colonização e urbanização da região. A forte pressão urbana, as atividades agrícolas, a mineração, o extrativismo vegetal, a caça e o fogo, são alguns exemplos de atividades do homem que contribuem para a descaracterização dos ambientes naturais da região. Outros problemas apontados no levantamento foram a introdução de organismos invasores ou exóticos em alguns ambientes do Parque, trazendo risco à sobrevivência de espécies nativas, comprometendo a integridade do ecossistema e dos processos naturais ali existentes. O estudo identificou que as áreas na região de influência direta do PESRM mais afetadas pela ação do homem estão localizadas nas proximidades do Jardim Canadá (Nova Lima) e região do Barreiro (Belo Horizonte), onde a ocupação humana e as atividades de mineração são mais intensas.

Planejamento e Gestão – Para orientar a gestão do Parque Estadual Serra do Rola-Moça foi desenvolvida a avaliação estratégica do PESRM, com os objetivos específicos para o manejo, zoneamento e o planejamento propriamente dito, estabelecido em ações a serem desenvolvidas em áreas estratégicas e as ações gerais para a gestão desta Unidade e sua região.

A avaliação estratégica analisou a situação geral do PESRM no que se refere aos fatores internos e externos que impulsionam ou dificultam a consecução dos objetivos para os quais o Parque foi criado. A partir da análise dos ambientes interno e externo foram definidas estratégias com o objetivo de potencializar os pontos fortes e as oportunidades e minimizar os efeitos dos pontos fracos e ameaças, tendo como referência a visão de futuro da reserva.

A equipe de trabalho do Plano de Manejo também sugeriu programas temáticos a serem desenvolvidos na Unidade de Conservação, tais como pesquisas e monitoramento, proteção e manejo, prevenção e combate a incêndios, uso público, operacionalização e integração externa. “O plano de manejo deve ser entendido como um instrumento de planejamento para subsidiar a gestão eficiente de uma Unidade de Conservação. No caso do Parque do Rola Moça, os seus gestores têm que lidar com vários aspectos decorrentes de sua localização, próxima a núcleos urbanos, áreas de mineração, zonas de expansão agrícola e imobiliária, que interferem diretamente na dinâmica das riquezas a serem protegidas. Acreditamos que o plano do PESRM atingiu esse objetivo, mas os resultados só serão sentidos quando da sua implementação, o que também é um desafio e requer uma mudança de percepção e atitude da sociedade com relação à área”, conclui Gláucia Moreira Drummond, Superintendente Técnica da Fundação Biodiversitas.

Rola-Moça – O PESRM abriga uma paisagem diferenciada por suas características geológicas e topografia acidentada. É uma região de natureza privilegiada, destacando-se pela beleza cênica do ondulado das serras. Suas riquezas naturais estão presentes nos diferentes ecossistemas que abriga, como as matas ciliares, as áreas de Cerrado e os Campos Rupestres. As conhecidas e peculiares canelas-de-ema são plantas facilmente encontradas no Parque, bem como o lobo-guará, a lontra e o mico-estrela, exemplos de uma fauna diversificada onde várias espécies se encontram sob risco de extinção.

A região do PESRM abrange em seus domínios várias nascentes e cabeceiras de rios das bacias do Velhas e Paraopeba, destacando-se as Áreas de Proteção Especial (APEs): Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina, além da Estação Ecológica de Fechos, mananciais não abertos à visitação pública que abastecem milhões de usuários de Belo Horizonte, Ibirité e Brumadinho. A compreensão da importância da conservação, manejo dos recursos naturais, integridade dos ecossistemas e processos ecológicos preservados pelo PESRM é fundamental para se garantir a conservação desses recursos, ressaltando-se a água, bem fundamental para a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O PESRM apresenta-se com uma forte vocação para a pesquisa e ações de educação ambiental junto às comunidades de sua região de influência, tanto das comunidades do entorno imediato como da população dos centros urbanos maiores.

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