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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Queimas prescritas são indicadas para prevenção a incêndios florestais e reequilíbrio ambiental

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Divulgação Sisema

queima prescrita

Prática foi  regulamentada em 2020

 

Apesar de o fogo habitar o imaginário popular como algo exclusivamente destrutivo, ele pode também ser uma forma de prevenção a incêndios e de reequilíbrio ambiental, quando adequadamente implementado por equipes com conhecimento técnico. Para isso, a Gerência de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF) recomenda a adoção das queimas prescritas em partes das Unidades de Conservação (UC)  estaduais de Minas.

 

Essa prática é usada pelo IEF no entorno das unidades há bastante tempo, mas no interior, seu uso foi regulamentado em 2020, o que a tornou um importante recurso na prevenção a incêndios florestais e para a conservação de ambientes naturais. Este ano, as queimas prescritas, que são aquelas de finalidade conservacionista, foram iniciadas em janeiro, no Parque Estadual Pico do Itambé, na Região da Serra do Espinhaço.

 

Outras unidades também fazem uso dessa ferramenta, como os Parques Estaduais da Serra do Intendente, Serra Verde, Serra do Sobrado, Biribiri, o Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, entre outras. O objetivo, segundo a diretora-geral do IEF, Maria Amélia Lins, é realizar a queima prescrita nas unidades onde as equipes identificaram ser necessário. Ao usar o fogo de forma preventiva, é produzida uma queima controlada, em área previamente avaliada e onde a fauna e a flora estão adaptadas ao fogo de baixa intensidade, característica evolutiva adquirida ao longo de milhares de anos, agora também replicadas por meio da intervenção humana.

 

A ação é realizada pela equipe do Previncêndio, juntamente com as UCs, parceiros locais - como comunidades, brigadas voluntárias, brigadas contratadas -, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além de outros órgãos e entidades envolvidas. A técnica é utilizada em diversos países como a África do Sul, Estados Unidos, Espanha, Chile, Portugal e Austrália.

O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Belo, explica que a queda de um raio na natureza é a principal forma natural de fogo em vegetações. Quando ela ocorre, é parte da ecologia da natureza, como elemento de renovação. Ele enfatiza que há vegetações, como o capim, que precisam ser queimados antes do período seco para não se acumularem, tornando-se combustível para as chamas.

 

“Estamos fazendo agora uma queima de menor intensidade, que reduz o acúmulo e elimina esses possíveis e até prováveis combustíveis no período seco. Além disso, ao queimar o capim acumulado, por exemplo, há a rebrota dessa vegetação, sendo os brotos mais nutritivos para as espécies pastadoras, fortalecendo a cadeia alimentar, e permitindo o crescimento de vegetações que dependem da luz solar e de temperaturas mais altas para a quebra da dormência de sementes. Ainda, nesta época do ano na qual são feitas as queimas controladas, a fauna se reproduz menos, sendo um risco reduzido para boa parte dos animais”, afirma.

 

Bom exemplo

 

Os resultados são comemorados por gestores das unidades, como é o caso de Maria Honorina Pereira Rocha, gerente do Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato. Ela conta que, antes de a técnica ser autorizada em Minas, houve um incêndio florestal na unidade que durou 10 dias, com queima em cerca de 90% do espaço.

 

“Iniciamos, em 2021, a queima controlada e recebemos até prêmio nacional pelo trabalho. Antes de os incendiários atearem fogo em capins que estão ao redor da unidade, nós fazemos essa queima controlada. Assim, conseguimos zerar o incêndio florestal na unidade em 2022”, orgulha-se, acrescentando ser um trabalho conjunto dos órgãos públicos, iniciativa privada e sociedade.

 

Manejo integrado

 

A prática é também chamada de manejo do fogo e abrange, ainda, técnicas de aceiro negro, de fogo de supressão ou equivalentes, para reduzir a ocorrência ou a severidade dos incêndios florestais, bem como combatê-los, quando em propagação.

 

O aceiro negro é a técnica de confecção de aceiro que usa o fogo em faixa de terreno de largura e comprimento variável, de forma planejada, monitorada e controlada, para fins de prevenção ou de combate a incêndio florestal. Já o aceiro comum é a faixa onde a continuidade da vegetação é interrompida ou modificada com a finalidade de dificultar a propagação do fogo e facilitar o seu combate com o uso de pessoal ou maquinário para a capina.

 

De acordo com Rodrigo Belo, ela só ocorre em biomas como o Cerrado, onde há vegetação propícia e dependente do fogo para manutenção de sua ecologia. Para a realização da queima prescrita é necessária a autorização junto à Gerência de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF.

 

Decreto

 

Em abril de 2020, o Governador Romeu Zema assinou o Decreto Estadual 47.919/2020 que regulamenta o manejo do fogo no interior e no entorno das Unidades de Conservação administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Atualmente, são 94 em todo o Estado.

 

Luciane Evans

Ascom/Sisema

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