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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Duas novas espécies de libélula são encontradas no Parque Estadual da Serra do Papagaio

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Fotos: Divulgação/Marcos Magalhães
Libélula original vale essa
Nova espécie já teve trabalho de descrição concluído

Um trabalho científico conduzido por professores de instituições federais de ensino de Minas Gerais e do Paraná localizou duas novas espécies de libélula ainda não descritas pela ciência na área do Parque Estadual da Serra do Papagaio. O trabalho de coleta dos animais na unidade de conservação que fica no Sul de Minas e é gerenciada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) ocorreu entre 2015 e 2017. O trabalho de descrição acabou de ser concluído e uma das espécies já está pronta para ser oficializada.


Ela aguarda apenas publicação em revista científica para ser efetivada como a 61º espécie no mundo a ser descrita da família Libellulidae para o gênero Erythrodiplax e a 41º espécie do mesmo grupo com ocorrência no Brasil. Considerando o número total de espécies de todos os grupos, são cerca de 5,7 mil em todo o mundo e 870 em território nacional. No caso da segunda espécie, ela é uma novidade pertence à família Heteragrionidae e ao gênero Heteragrion, mas os trabalhos de identificação ainda estão em andamento.


A coleta, coordenada pelo professor Marcos Magalhães de Souza, do Instituto Federal Sul de Minas, e pelo mestrando da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Caio dos Anjos, pode resultar ainda em uma terceira espécie inédita de libélula. Esta ainda está sendo investigada.


Segundo o Diretor Geral do IEF Antônio Malard, as libélulas são importantes indicadoras biológicas, tendo um significativo papel no ecossistema. “Além disso, é necessário destacar que cada nova espécie descoberta demonstra a importância da pesquisa para conservação e geração de conhecimento sobre a biodiversidade em Minas Gerais, reforçando o papel das unidades de conservação, da gestão da fauna e das parcerias entre IEF e instituições de ensino e pesquisa”, diz o diretor-geral.


O trabalho de campo gerou a coleta de exemplares de cerca de 70 espécies, enviados à Coleção Entomológica Padre Jesus Santiago Moure, da UFPR. O professor Ângelo Parise, que é responsável pela coleção, trabalha em conjunto com a dupla para descrever as espécies.


“No meio desse lote de 70 espécies coletadas, temos essa que é nova e está pronta, uma outra que também é nova, mas ainda não finalizamos a descrição, e uma terceira que pode ser um bicho raro, com um registro do século XIX e que já estava extinta. Essa informação ainda não está confirmada, mas já sabemos que se não for o bicho raro será a terceira espécie inédita”, afirma o professor Marcos Magalhães.


Depois que é feita a coleta, os exemplares vão para o laboratório, onde é feita análise da genitália, coloração, nervação das asas, entre outras características. O próximo passo é a comparação das características observadas com as espécies que já existem. É nessa comparação que os professores percebem se é algum animal que já foi descrito.

Pesquisadores interna

Da esquerda para a direita, biólogos em ação: Marcos Magalhães, Mateus Clemente (Unesp), Caio dos Anjos (UFPR) e Lucas Milani Rocha (UFJF)


CARACTERÍSTICAS


Para chegar à nova espécie que já teve o trabalho concluído e aguarda apenas a publicação do resultado, foram examinados dois machos adultos coletados em novembro de 2015 em áreas montanhosas de floresta mista, principal domínio do Parque da Serra do Papagaio.


A nova espécie é uma libélula de porte médio, de cor azul-esverdeada e coloração azul leve que se forma no abdômen do animal. O professor Marcos Magalhães destaca que os novos registros são muito importantes para o Parque da Serra do Papagaio. “Mostra a relevância em termos de diversidade da unidade de conservação. É muito importante conservar o parque para não perdermos esse patrimônio de milhões de anos”, afirma.


OUTRAS DESCOBERTAS


Não é a primeira vez que o professor Marcos Magalhães, que coordena o Laboratório de Zoologia do Campus Inconfidentes do IF Sul de Minas, encontra novas espécies da fauna. Ele já havia descoberto duas novas espécies de libélulas em Barroso, no Campo das Vertentes, e uma de marimbondo no mesmo Parque Estadual da Serra do Papagaio, todas já descritas e com trabalho de identificação concluído. As pesquisas em campo também incluem coletas realizadas nos parques estaduais do Rio Doce, Serra do Brigadeiro e Ibitipoca, nas Áreas de Proteção Permanente (APA) do Rio Machado e Fernão Dias, no Refúgio da Vida Silvestre do Rio Pandeiros, além de unidades federais.


SAIBA MAIS


O Parque Estadual Serra do Papagaio é uma unidade de conservação de 22,9 mil hectares, situado nos municípios de Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Itamonte e Pouso Alto, todos no Sul de Minas. O parque possui sede administrativa, centro de pesquisa com alojamento, hospedagem de visitantes, heliponto e mais de 50 trilhas e 50 atrativos em sua área delimitada.

Guilherme Paranaiba
Ascom Sisema

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