Dia Mundial das Áreas Úmidas chama atenção para proteção à biodiversidade

Ter, 04 de Fevereiro de 2020 19:09

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Foto: Evandro Rodney

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O Parque Estadual do Rio Doce foi o primeiro sítio Ramsar a ser reconhecido em Minas

 

O dia 2 de fevereiro marcou o Dia Mundial das Áreas Úmidas, data em que foi aprovada, em 1971, a Convenção sobre Zonas Úmidas pelo Comitê Permanente da Convenção de Ramsar, cidade iraniana às margens do Mar Cáspio. A comemoração tem como objetivo destacar o benefício que essas áreas proporcionam para as espécies de fauna e flora e para o bem-estar de populações humanas, além de alertar para a importância de ações voltadas à proteção deste importante ecossistema, que tem em Minas dois importantes representantes: o Parque Estadual do Rio Doce, na Região do Vale do Aço; e o Sítio Lund Warming, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

De acordo com a Convenção de Ramsar, “zonas úmidas são áreas de pântano, feno, turfeiras ou água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, com água estática ou corrente, fresca, salobra ou salgada, incluindo áreas de água marinha com profundidade, na maré baixa, que não exceda seis metros”. Lagoas ou viveiros de peixes, arrozais, lagoas de despoluição e estabilização e salinas são áreas úmidas criadas pelo ser humano.

 

Em 2020, o tema do Dia Mundial das Áreas Úmidas é “Áreas Úmidas e Biodiversidade” visando estimular a realização, por governos, instituições, organizações da sociedade civil e grupos de cidadãos, de ações e atividades que chamem a atenção da sociedade para a importância dessas áreas, para a necessidade de sua proteção e para os benefícios que o cumprimento dos objetivos da Convenção de Ramsar pode proporcionar.

 

Dados do Comitê Permanente da Convenção de Ramsar apontam que este ecossistema está desaparecendo três vezes mais rápido do que as florestas devido à atividade humana e ao aquecimento global. Estima-se que 40% de todas as espécies de plantas e animais vivem ou se reproduzem em áreas úmidas.

 

No Brasil, país rico em recursos hídricos, são muitos os ecossistemas com essas características. Em Minas Gerais, dentre as 94 unidades de conservação estaduais, oito apresentam este ecossistema em seu território.

 

Reconhecimento em Minas

 

O Parque Estadual do Rio Doce foi o primeiro sítio Ramsar a ser reconhecido em Minas. Situado na região do Vale do Aço mineiro, ele consta na Lista de Ramsar desde 2010. O parque é a primeira unidade de conservação de Minas, criada em 1944, e abrange a maior floresta tropical do estado, possuindo 42 lagoas. Representa um dos três maiores sistemas de lagos do Brasil, abrigando uma variedade de peixes e uma grande diversidade de fauna e flora.

 

Em 2017, Minas Gerais ampliou sua representação entre os Sítios Ramsar, com o reconhecimento do Sítio Lund Warming, localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa. O novo sítio possui uma área de 23.865,44 ha e contempla os parques estaduais do Sumidouro e Cerca Grande e os Monumentos Naturais Estaduais Lapa Vermelha, Vargem de Pedra, Experiência da Jaguara, Santo Antônio e Várzea da Lapa.  

 

A importância das áreas úmidas para o planeta

 

As áreas úmidas existem em todos os tipos de ecossistemas e são importantes para a manutenção da biodiversidade. São ecossistemas complexos, pressionados não somente pela ação direta do homem, mas também pelos impactos sobre ecossistemas terrestres, marinhos e de água doce adjacente.

 

Esse ecossistema abriga uma enorme variedade de espécies endêmicas, mas, também, periodicamente, espécies terrestres e de águas profundas e, portanto, contribuem substancialmente para a biodiversidade ambiental. Além disso, têm papel importante no ciclo hidrológico, ampliando a capacidade de retenção de água da região onde se localiza, promovendo o múltiplo uso das águas pelos seres humanos.

 

Edwaldo Cabidelli

Ascom/Sisema