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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Arqueologia, Cultura e conhecimento são temas de palestras no PE Sumidouro

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Foto: Arquivo/IEF

foto lucas dentro

O Parque Estadual do Sumidouro foi sede de palestras de arqueologia, cultura e conhecimento

 

Conhecido pelo grande acervo histórico-cultural, o Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi sede do Ciclo Palestras: Arqueologia, Cultura e Conhecimento, realizado neste mês de julho. A atividade foi promovida em conjunto com a equipe do Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva da Universidade de São Paulo (LAAAE-Usp) e reuniu pesquisadores e autores ligados ao tema e à unidade de conservação que é administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).

 

A autora do livro “Sumidouro entre Memórias”, Élica Viveiros, pós-graduada em História e Cultura de Minas pela Fundação Pedro Leopoldo, deu início à programação com um breve relato sobre a construção de sua obra, que traz um apelo à memória e à história regional de Fidalgo e Quinta do Sumidouro. A publicação proporciona ainda um entendimento sobre a relação de pertencimento e a ocupação e uso do território, permeado de emotividade dos depoentes.


Na sequência das atividades, a diretora do Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Caale), Rosângela Albano, abordou sobre “A utilização da vegetação do relevo pela população local nas práticas alimentares e medicinais”. Rosângela destacou em sua palestra o uso de plantas do Cerrado pelas populações ao longo do tempo, fazendo observações sobre o atual uso pelos moradores de Lagoa Santa.

 

E por fim, o pesquisador colaborador do Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva da Usp, Rodrigo Elias Oliveira, palestrou sobre “A percepção do meio ambiente por parte da população atual de Lagoa Santa”, levando aos presentes, um estudo realizado com moradores antigos da região sobre alimentação: tipos de alimentos, animais que eram caçados, pescados, frutos que eram coletados e época de ocorrência desses frutos. Os dados foram comparados com os fósseis descobertos nas escavações realizadas na Lapa do Santo.

 

A gestora ambiental do Parque Estadual do Sumidouro, Cíntia Palhares, destacou que a promoção das palestras e a presença de importantes estudiosos contribuem para a formação histórico-cultural da comunidade. “A realização do Ciclo de Palestras: Arqueologia, Cultura e Conhecimento tem o objetivo de divulgar a arqueologia da região, de envergadura mundial, e suas interfaces, difundindo o conhecimento e promovendo a aproximação dos cientistas com atores locais”, disse.

 

O PE Sumidouro

 

O Parque Estadual do Sumidouro é um grande atrativo turístico da Região Metropolitana, além de ter relevante contribuição no campo da pesquisa científica. A unidade recebeu este nome devido a sua lagoa, que possui um ponto de drenagem das águas da bacia típica dos terrenos calcários. Trata-se de uma abertura natural para uma rede de galerias, por meio da qual um curso d’água penetra no subsolo denominado “sumidouro”, termo que vem da palavra indígena "Anhanhonhacanhuva", que significa “água parada que some no buraco da terra”.

 

O parque tem o relevo marcado pela presença de rochas carbonáticas, surgências, sumidouros e cavernas ricas em espeleotemas e uma fauna cavernícola que inclui numerosas colônias de morcegos. O clima é tropical úmido, ensolarado e estável, com verões chuvosos e invernos secos. Sua flora é bastante diversificada, incluindo espécies de cerrado e mata atlântica. Algumas espécies da flora estão bem adaptadas ao regime de sazonalidade, marcada por períodos de cheias e vazantes.

 

História do Sumidouro

 

O parque está associado às pesquisas pioneiras, feitas na primeira metade do século XIX pelo naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, descobridor do Homem de Lagoa Santa, dos primeiros habitantes do Brasil e da megafauna extinta. Local de grande relevância histórica devido aos achados encontrados pelo pesquisador e às evidências da coexistência do homem com a fauna extinta, fato que contribuiu para o surgimento do pensamento evolucionista por meio de citações de Charles Darwin no livro “A Origem das Espécies” (do original, em inglês, On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life), em que discute-se a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de seleção natural.

 

Lucas Nicácio
Ascom/Sisema

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