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Instituto Estadual de Florestas - IEF

“Ampliação de Fechos é essencial”, avaliam especialistas em Fórum

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Foto: Emerson Gomes

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Os esforços para a ampliação da Estação Ecológica de Fechos foram apresentados e debatidos durante Fórum

 

Os esforços para a ampliação da Estação Ecológica de Fechos foram apresentados e debatidos nesta quarta-feira, 27 de fevereiro, em evento realizado na Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na capital do Estado. O Fórum Intermediário do Projeto "Fechos, Eu Cuido!" reuniu as lideranças envolvidas no processo e interessados na ampliação da unidade de conservação localizada em Nova Lima, no Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

 
A ampliação da Estação Ecológica de Fechos (EEF) é objeto do Projeto de Lei nº 444/2015 que tramita na ALMG, estando atualmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Sendo aprovado, será discutido na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Casa. A proposta prevê expansão da área em 269,5 hectares. Atualmente, a área da Estação Ecológica de Fechos possui 602,95 hectares. O IEF já emitiu parecer favorável à ampliação da Estação Ecológica junto à ALMG.
 
O gerente da Estação Ecológica e representante do Instituto Estadual de Florestas (IEF), autarquia do Governo de Minas Gerais que administra a unidade de conservação, Henri Dubois Collet, apresentou as melhorias que estão sendo realizadas e outras previstas para a reserva ambiental. “Está prevista a construção de uma portaria, um centro administrativo com sala multiuso para atividades de educação ambiental, além de dois apartamentos para alojar pesquisadores”, afirmou.
 
Outra inovação é a instalação de uma torre de vídeo vigilância para monitoramento de focos de incêndios florestais, similar às que já existem no vizinho Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. “O equipamento também será usado para monitorar ocorrências em locais que ainda não são monitorados no Rola-Moça”, explica Henri Collet. Ele destacou ainda a manutenção de cercas e aceiros que ajudam a proteger a área da unidade de conservação contra o fogo, invasores e práticas predatórias de esportes como motocross.
 
Collet lembrou que Fechos integra o conjunto de unidades de conservação que formam o Mosaico da Serra do Espinhaço do Quadrilátero Ferrífero. São 26 unidades de conservação, dentre elas 15 estaduais. “É um espaço importante para o compartilhamento de experiências entre os gestores das unidades de conservação”, afirma.

 

ESTUDOS

 

A proposta para a ampliação da Estação Ecológica de Fechos é um esforço coordenado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH) e do Subcomitê de Bacia Hidrográfica Águas da Moeda. O projeto prevê ações de Comunicação e Mobilização Social e Comunitária em torno da importância hídrica da Estação Ecológica de Fechos e de sua expansão.
 
As ações têm sido amparadas por estudos técnicos sobre a biodiversidade, aspectos físicos e socioeconômicos da unidade e do entorno. O Córrego Fechos, por exemplo, que passa pela unidade de conservação, é responsável pelo abastecimento de água de cerca de 135 mil pessoas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
 
Um desses estudos foi apresentado pela pesquisadora da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Luciana Eler, que desenvolve seu mestrado na área de ecologia de paisagens e dedicou um capitulo ao estudo da EEF, intitulado “Mudanças no uso do solo, cobertura vegetacional e estrutura da paisagem no entorno da Estação Ecológica de Fechos”. O trabalho, iniciado em 2009, aponta as mudanças na conectividade entre os fragmentos florestais da região até os dias atuais.
 
Luciana Eler observou em sua pesquisa um isolamento crescente da área em função do crescimento populacional. Para balizar seus resultados, a pesquisadora utilizou a matemática para calcular a métrica da paisagem, fazendo uma análise temporal da dinâmica da região.
 
“Na Estação é possível observar espécies como onças, jaguatiricas e lobos-guará que precisam de áreas de deslocamento, essenciais para a sobrevivência da própria unidade de conservação” observa a engenheira ambiental da Ufla. O resultado da pesquisa aponta que as áreas urbanas vizinhas a Fechos tiveram expansão de 31,3%, enquanto as de mineração foram ampliadas em 159%. Já as formações campestres tiveram redução de 35% e as florestais perderam 11% de área.
 
“Fechos está localizada no Quadrilátero Ferrífero, na Área de Proteção Ambiental (APA) Sul, e foi criada numa tentativa do Governo do Estado de controlar uma região dominada pela mineração”, afirmou Luciana Eler. Ela lembrou que a unidade de conservação possui um plano de manejo elaborado em 2010, em parceria com o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça.
 
MOBILIZAÇÃO

 

O secretário do CBH Rio das Velhas, Renato Junio Constâncio, destacou o desafio de conseguir fazer as diferentes políticas públicas dialogarem. “Unidades de conservação, municípios, políticas minerárias, recursos hídricos, dentre outras, têm de ter interface maior”, afirmou. “São raros os exemplos bem-sucedidos desses diálogos e queremos que Fechos seja um deles”, completou.
 
Também participaram do Fórum representantes da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Prefeitura de Nova Lima, do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra) e do Movimento “Fechos Eu Cuido!”.

 

Emerson Gomes
Ascom/Sisema

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