O Parque Estadual do Sumidouro, unidade de conservação localizada nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está de portões abertos para a criançada nessas férias. Na área verde administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) serão oferecidas diversas atividades recreativas entre esta quinta-feira, 25 de janeiro, e domingo, 28. Oficinas de pinturas rupestres, desenho livre, oficina do livro, trilhas, tanque de escavação e muitas outras brincadeiras estão programadas para ocorrer entre 10h30 e 16h.

 

Oficinas de pinturas rupestres, desenho livre, oficina do livro, trilhas, tanque de escavação e muitas outras brincadeiras estão programadas para ocorrer entre 10h30 e 16h. As atividades serão uma excelente oportunidade para que pais e filhos tenham uma rica experiência no contato direto com a natureza, passando por cenários incríveis em meio a um ambiente preservado. As crianças também serão estimuladas por meio de atividades de educação ambiental, turismo ecológico e recreação.

 

Toda a programação é gratuita e indicada para crianças a partir de 5 anos e pais ou responsáveis também podem participar. O lanche deve ser levado pelos participantes. O monitor ambiental do Parque do Sumidouro, Wederson Nunes de Oliveira, fala da expectativa para a terceira edição do programa. “Toda a equipe está empenhada na realização das atividades e para receber bem os visitantes. Esperamos que os participantes aproveitem toda a vivência, inclusive aprendendo sobre a unidade de conservação, e que voltem nas próximas edições”, disse.

 

Nesta quinta-feira, as crianças poderão participar da atividade Tanque de Escavação, em que vão escavar um tanque de areia em busca de fósseis típicos da região de Lagoa Santa. As réplicas e objetos arqueológicos são enterrados num tanque de areia e os participantes têm que desenterrar os artefatos. Em seguida, eles devem identificá-los, ressaltando a importância da arqueologia e paleontologia para a construção histórica de uma espécie ou de um povo, que viveu na região há milhares de anos.

 

Foto: Divulgação PE do Sumidouro

Na atividade do tanque de escavação as crianças aprendem um pouco sobre arqueologia e paleontologia

 

No período da tarde, a oficina oferecida será a do Livro, em que as crianças aprenderão a construir livretos a partir de dobraduras de papel, usando recortes e vários trechos da literatura.

 

Foto: Divulgação PE do Sumidouro

Em uma das oficinas as crianças têm a oportunidade de desenhar livremente

 

Entre sexta e domingo, outras atividades, como a oficina de Pinturas Rupestres e a Trilha Caxinquelê farão parte da programação. Na primeira, meninos e meninas poderão representar pinturas existentes na região do Sumidouro, retratando diferentes tipos de grafismo. Na Trilha do Caxinguelê, trecho de aproximadamente 300 m, serão desenvolvidas atividades educativas e oficinas, com temas relativos à unidade de conservação, proporcionando um ambiente de aprendizagem, lazer e diversão. Para a realização da atividade, é importante que os participantes estejam com calçados fechados e usando boné, protetor solar e repelente. Também devem levar sua água.

 

O evento Férias no Parque do Sumidouro é uma iniciativa da unidade em parceria com a Mineração Lapa Vermelha e será realizado no Centro de Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico, localizado na portaria Casa Fernão Dias, Rua Fernão Dias, 10, Quinta do Sumidouro, em Pedro Leopoldo. Interessados devem fazer o agendamento pelo endereço eletrônico: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , ou pelo telefone: 3689 8592.

 

Parque Estadual do Sumidouro

 

Criado no dia 3 de janeiro de 1980, o Parque do Sumidouro possui uma área total de 2 mil hectares e está situado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, ao Norte da região metropolitana de Belo Horizonte. A unidade de conservação recebeu o nome Sumidouro devido à característica da lagoa, na qual um curso d’água penetra no subsolo denominado “sumidouro”. O termo de origem indígena “Anhanhonhacanhuva” significa “água parada que some no buraco da terra”.

 

O Sumidouro ocupa uma região com belas paisagens e, além da arte rupestre, possui rico patrimônio científico, histórico e cultural. O relevo do parque é definido por rochas carbonáticas, surgências, sumidouros, cavernas e uma fauna cavernícola que inclui numerosas colônias de morcegos.

 

O clima é tropical úmido, com verões chuvosos e invernos secos. Há uma grande diversidade de fauna e flora, com paisagens exuberantes incluindo espécies de Cerrado e Mata Atlântica. A flora é formada por espécies como ipê amarelo, ipê roxo, aroeirinha, moreira, jatobá do campo, gabiroba, mutamba, entre outros.

 

Além de proteger e compor um dos belos cenários do Estado, o parque se destaca pela grande quantidade de cavernas, 52 calcárias e cerca de 170 sítios arqueológicos históricos e pré-históricos, batizado de Parque da Memória. Ele faz parte das pesquisas realizadas na primeira metade do século XIX, pelo pesquisador dinamarquês Peter Lund, descobridor do Homem da Lagoa Santa.

Dentre os principais atrativos do parque pode-se destacar a Gruta da Lapinha, uma das mais importantes da região, que recentemente recebeu com nova iluminação, com lâmpadas de led na cor branca, o que proporciona claridade mais natural.

 

Também fazem parte do complexo o Museu Peter Lund, inaugurado em setembro de 2012, com uma área de exposição com 80 fósseis vindos do Museu Natural de Copenhagen. A unidade tem ainda espaço destinado à conscientização sobre a importância histórica e cultural do Carste de Lagoa Santa; sala multiuso, além de duas salas com explicações sobre os planos de Manejo e Espeleológico do parque.

 

Já o Circuito Lapinha consiste em uma trilha interpretativa que complementa a visita à gruta. O visitante sai da entrada da caverna e percorre a lateral do maciço calcário, passando por regiões de belíssimo cartão postal, e ainda, atravessa o maciço passando pela gruta da Macumba, que é uma caverna sem iluminação.

 

A casa Fernão Dias, espaço também aberto à visitação, é um patrimônio cultural tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Em uma homenagem a Fernão Dias, o visitante tem a oportunidade de conhecer a história do bandeirante que se instalou na região com a sua tropa à procura de ouro e pedras preciosas.

 

Outra atração é a Trilha do Sumidouro, que começa na Casa Fernão Dias e passa pelo marco histórico Cruz do Pai Mané. Nela, os visitantes são direcionados até o mirante da Lagoa do Sumidouro onde é possível contemplar toda região do entorno e ainda caminhar até o paredão da Lapa do Sumidouro, composto de pinturas rupestres de milhares de anos.

 

Tem ainda, a Trilha da Travessia onde o ponto de partida é a gruta da Lapinha. No paredão da Lapa do Sumidouro as pinturas rupestres mostram um pouco da história dos homens que viveram há milhares de anos na região.

 

O Parque do Sumidouro conta com duas portarias (Museu Peter Lund/Gruta da Lapinha e Casa Fernão Dias), estacionamento, alojamento de pesquisadores e centro de pesquisas.