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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Placas indicam os caminhos da Estrada Real em Pedro Leopoldo e Lagoa Santa

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O Parque Estadual do Sumidouro ganhou, nessa quinta (23/06), um novo projeto de sinalização. A unidade de conservação, localizada em Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, abriga diversos caminhos e construções históricas ligadas à Estrada Real, que foi uma das mais importantes vias de trânsito de Minas Gerais nos séculos 18 e 19.

O Projeto de Sinalização Estrada Real do Sumidouro compreende a instalação de placas de boas-vindas às comunidades, identificação de patrimônios históricos e turísticos, pontos de informações turísticas, alertas para trânsito de ciclistas, pedestres e animais nas estradas que ligam o Parque e distritos das cidades de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa.

 

Cintia Palhares

Sumidouro 01 - 24062016 - Cintia Palhares 1

O conteúdo das placas inclui a identidade criada para a Estrada Real do Sumidouro com a criação de um logotipo e o enunciado “Caminho Tropeiro Século XVIII”.


O trabalho foi idealizado pela gerência da unidade de conservação e realizado em parceria com a Cemig a partir de medidas compensativas decorrentes da instalação de Linha de Transmissão da Cemig entre Pedro Leopoldo e Jaboticatubas.

A solenidade de inauguração foi realizada na Casa Fernão Dias, uma das portarias do Parque e patrimônio cultural tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Completamente restaurada, a casa abriga três conjuntos de painéis com a contextualização da Estrada Real do Sumidouro, seu histórico, reprodução de mapas antigos.

Solenidade

O gerente do Parque Estadual do Sumidouro, Rogério Tavares de Oliveira, observou que o projeto beneficiará os moradores, com estímulo ao turismo e ao desenvolvimento regional. “A sinalização está prevista no plano de manejo da unidade de conservação e será um estímulo à visitação dos atrativos ambientais e históricos”, explicou.

 

 Emerson Gomes

Sumidouro 02 - 24062016

O gerente do Parque, Rogério Tavares, apresentou o projeto de sinalização Estrada Real do Sumidouro.

Ainda na solenidade, a presidente da Associação Circuito Turístico das Grutas, Adriana Ferreira da Cruz, observou a importância da participação das diversas instituições e o envolvimento efetivo de todas as comunidades na proteção do Parque. Já o coordenador do Processo de Regularização Ambiental da Cemig, Gustavo Martins Feitosa, ressaltou o esforço da Cemig em se aproximar das comunidades onde interfere.

O professor da UFMG e integrante do Projeto Manuelzão, Eugênio Marcos, autor do livro “O Caminho dos Currais do Rio das Velhas: A Estrada Real do Sertão” fez uma palestra onde apresentou relatos de suas viagens pelo rio das Velhas, de sua nascente até a foz. “A Estrada Real pode ser dividida em duas: a que ligava o Rio de Janeiro até Ouro Preto, a maior cidade das Américas na época do ouro abundante, e a do sertão, quem teve como destaque o povoado da Quinta do Sumidouro, uma das primeiras vilas do país”, destacou.

O projeto

O Projeto de Sinalização Estrada Real do Sumidouro destaca uma série de riquezas culturais e naturais do importante território do início da formação de Minas Gerais e local de importantes descobertas da ocupação do homem no continente americano.

O trecho abrange um conjunto de unidades de conservação estaduais, além do Parque Estadual do Sumidouro: os Monumentos Naturais Várzea da Lapa, em Lagoa Santa, da Vargem da Pedra e Experiência da Jaguara, na cidade de Matozinhos, onde também se localiza o Parque Estadual Cerca Grande, atualmente em fase de implantação pelo IEF.

“O projeto compreende trechos onde se localizam fazendas históricas como Fidalgo, em Lagoa Santa, e Jagoara Velha, em Matozinhos”, explica Rogério Tavares. Além disso, inclui o sitio histórico tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) de Minas Gerais, em 1975: a Casa Fernão Dias e a Capela Nossa Senhora do Rosário na Quinta do Sumidouro, em Pedro Leopoldo, a Gruta da Lapinha e comunidades do entorno e zona de amortecimento do PE do Sumidouro.

“As placas trazem mensagens de boas-vindas às comunidades, identificação de patrimônios históricos e turísticos, pontos de informações, alertas para trânsito de ciclistas, pedestres e animais”, destaca o gerente do Parque Estadual do Sumidouro. Trazem ainda indicações de sentidos entre os distritos de Mocambeiro, em Matozinhos e da Fazenda Fidalgo, localizada na região da Lapinha em Lagoa Santa.

“Na Casa Fernão Dias foi criada ainda uma mostra de trechos do diário de Dom Pedro II em sua viagem a Minas Gerais, em 1881, no qual ele descreve paisagens, fazendas antigas e visitas a Lagoa Santa e grutas da região”, completa Rogério Tavares.

Contextualização

Geograficamente, a região de Quinta do Sumidouro situa-se no ponto de convergência dos caminhos da Bahia, do Caminho Novo (do Rio de Janeiro) e do Caminho Velho (de São Paulo). O local fazia a conexão desses caminhos, além do rio das Velhas, facilmente navegável durante os séculos XVIII e XIX.

Da região fazia o escoamento de uma produtividade local alta, na época, considerando a extração de ouro e as várias fazendas da área. A partir de uma planta datada de 1773 propondo a construção de uma fortificação na região, foi identificado o termo Estrada Real do Sumidouro. A construção, segundo relatos, visava o controle por parte da Coroa Portuguesa do trânsito de riquezas e contrabandos.

O Forte seria construído entre o rio das Velhas e a estrada e, segundo historiadores, em uma das curvas do rio, na região da Quinta do Sumidouro. Não se tem vestígios da construção da fortificação, porém trata-se de importante registro sobre os chamados Caminhos Reais.

O Parque Estadual do Sumidouro é um dos 39 administrados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Juntos, eles garantem a proteção de cerca de 50 mil hectares nos três biomas existentes em Minas Gerais: o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica.

 

Emerson Gomes
Ascom/Sisema

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