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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Pesquisa no Rio Pandeiros estuda o descomissionamento de Pequenas Centrais Elétricas

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Um estudo realizado no Refúgio Estadual de Vida Silvestre (REVS) estuda a possibilidade de remoção da barragem da Pequena Central hidrelétrica (PCH), desativada em 2008, do rio Pandeiros.  O projeto visa identificar os possíveis impactos que a PCH Pandeiros ainda causa no ecossistema aquático do rio Pandeiros, tanto acima quanto abaixo da barragem, mesmo após ter encerrado sua operação, para subsidiar a decisão de remoção ou não da barragem.
 

“É uma oportunidade inédita em países subdesenvolvidos de inserirmos o tema de remoção de barragens nas discussões sobre conservação e restauração de ambientes aquáticos. O rio Pandeiros poderá ter a chance de aumentar sua importância e visibilidade, não somente em Minas Gerais, mas também em todo o mundo”, afirma o mestre e doutorando em Ecologia Aplicada da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Rafael Couto Rosa.

O estudo, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi denominado como “Desenvolvimento de ferramenta para a priorização de descomissionamento de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) no estado de Minas Gerais e estudo de caso para a PCH Pandeiros”.

De acordo com o projeto, as barragens constituem uma das principais causas de fragmentação de habitats em ecossistemas fluviais. Alguns de seus efeitos sobre os rios e sua biota são imediatos e óbvios, mas outros são graduais e sutis. Alguns impactos ocorrem logo após o fechamento da barragem, mas uma gama de outros impactos surgem ao longo do tempo, devido à respostas geomorfológicas do canal e da planície de inundação, bem como devido às mudanças no regime hidrológico e no transporte de sedimentos. Ainda segundo o Projeto, a remoção de barragens tem se mostrado eficaz na recuperação de populações de peixes, além de melhorar o status ecológico global do sistema.

Crédito: Arquivo IEF
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Barragem no rio Pandeiros pode ser removida ou não, de acordo com o estudo

Os trabalhos se iniciaram em 2014, com previsão de finalizar em 2017, e são realizados por uma equipe composta de professores especializados nas área de ecologia, biologia, engenharia e química da Universidade Federal de Lavras (UFLA), sob a coordenação do professor da Pró-reitoria de pesquisa e pós graduação (PPG) de Ecologia Aplicada da UFLA, Paulo dos Santos Pompeu e subcoordenação do professor e reitor da UFLA, José Roberto Scolforo.

A equipe conta, ainda, com professores colaboradores das Universidades Federal de Minas Gerais (UFMG), Marcos Callisto; Estadual de Montes Claros (Unimontes), Yule Roberta e um professor da University of Southampthon (UK), Paul S. Kemp.

Segundo o mestre e doutorando em Ecologia Aplicada da UFLA, Rafael Couto Rosa, o projeto é uma chance de enriquecer o conhecimento sobre o meio ambiente e os organismos que nele vivem, não somente na área do Refúgio, mas também em toda a bacia do rio Pandeiros.”

Para a realização de um estudo completo e amplo, com o intuito de investigar os possíveis efeitos da PCH Pandeiros no ambiente, o projeto foi dividido em 10 subprojetos diretamente ligados ao rio Pandeiros, abrangendo os principais assuntos e organismos que podem fornecer informações sobre esses efeitos.

Dentre os temas abordados estão o fluxo de carbono na bacia, ictiofauna, dispersão de sementes pelas formigas no ecossistema da planície de inundação do rio e seu entorno, avaliação da vegetação da mata ciliar, macroinvertebrados bentônicos bioindicadores na bacia do rio, efeito da barragem na riqueza de espécies, avaliação dos mamíferos frente aos eventuais efeitos do descomissionamento da barragem, modelagem matemática de redes tróficas e análise de estabilidade, simulação hidrosedimentológica na bacia hidrográfica.

Refúgio Estadual de Vida Silvestre – O RVS do rio Pandeiros foi criado em 2004, pelo Decreto 43.910. Localizado em Januária, o refúgio possui 6.102 hectares e tem como objetivo proteger os ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

Administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o refúgio está sujeito às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão e àquelas previstas no regulamento da unidade.  

Wilma Gomes
Ascom/Sisema

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